Contraiu as narinas ao entrar na rua. Franziu a testa
e apertou o nariz. Um vento, diferente do que conhecemos no poema, não calou a
desgraça, trouxe-lhe um cheiro pestilento, uma miscelânea a peixe e a carne
putrefacta.
O que seria? A que se deveria o pivete? Tirou um lenço
da algibeira e usou-o como uma máscara anti náusea e avançou. Quase no final da
rua, deparou com um cartaz que anunciava uma exposição e dizia:
OS MALES DA
SOCIEDADE CHEIRAM TÃO MAL OU PIOR DO QUE ISTO.
Ao lado do cartaz encontravam-se pendurados um
bacalhau e um presunto em decomposição.
A exposição foi visitada por três pessoas: os pais e a
irmã do autor.
Jorge C. Chora
27/3/2018