Li no DN de 27 e 28 de Junho,um resumo sobre a denúncia de
Julia Stepanova e do seu marido Vitaly, sobre o caso de dopagem em grande
escala, no atletismo russo, levado a efeito pelas próprias autoridades desse
país.
A luta que levaram até conseguirem denunciar a situação trouxe-lhes
consequências, desde a perseguição no seu próprio país, até ao terem de se
esconder durante anos na América do Norte.
O que Julia não esperava é que o próprio Comité Olímpico
Internacional, ao arrepio do que tinha sido decidido pela Federação
Internacional de Atletismo, que permitira a sua participação nos jogos como
atleta neutral, colocasse a condição de só autorizar a participação de atletas
russos que nunca tivessem sido castigados por doping.
O mais grave é que inúmeros atletas de outras nacionalidades,
que não russas, tenham sido autorizados a competir nos jogos, depois de terem
sido castigados por doping!
É caso para se dizer que Stepanova é tratada como se fosse
uma traidora, é punida em público perante o mundo e que, por este andar só
falta o cartaz, semelhante ao que os romanos fizeram quando os assassinos de
Viriato, embora a soldo do império, pretenderam receber a recompensa prometida:
foram executados e ao seu lado um cartaz anunciou ”Roma não paga a traidores”.
Como o exemplo vem do alto, aí está o aviso: come e cala. Não
há lugar para queixinhas pé de salsa… manda quem pode obedece quem deve….
Jorge C. Chora