A vida é feita de sabores,
amargos,
doces e agridoces,
variáveis
com a idade
contexto e
intensidade.
Quando se
chega à terceira
e última
fase da vida,
mais
implacável se torna:
-Já contaste
essa história,
não a contes
de novo!
-Outra vez o
mesmo assunto?
-Fala daqui
a um bocado,
agora não há
tempo!
E põem- se
em bicos dos pés
os Zés-Ninguéns
e os fregueses
do beija-mão
d’outrora.
Vingam as
doenças,
vão-se as
poupanças,
encolhem-se
as reformas,
partem os
amigos e conhecidos
e até os
inimigos e os invejosos,
vão-se
todos, não fica nenhum,
ou só fica
um, para lhe atenazar o juízo!
Mas tudo se
suporta, com alguma alegria,
até ao dia
em que morre o(a) consorte.
A vida pára
e o cônjuge sobrevivo
só deseja a
morte, para continuar
a ter a
companhia da consorte.
Jorge C. Chora
30/01/2022