Na taberna de ti’ Joaquim, seis homens contavam alto as suas proezas. Um gabava-se de ter conquistado todas as mulheres da sua aldeia: nem uma lhe escapara, segundo dizia, mas na verdade, não quisera nenhuma.
Outro
ufanava-se de ter bebido numa festa da sua rua, nada mais nada menos, do que vinte
garrafas de vinho.
Os outros
quatro, eram caçadores e pescadores e as petas sucediam-se, em catadupa, a começar
por um deles que com um tiro matara seis patos, em pleno voo, quando voavam
alinhados.
De repente,
da mesa ao lado, ouve-se um estrondo semelhante a um trovão.
De olhos
arregalados, os seis pantomineiros, olham para o homenzarrão,
com um gorro
enfiado até às orelhas e com cara de poucos amigos e interrogaram-no:
-O que se
passa consigo?
Ainda o
homem não abrira a boca, quando um cheiro fedorento alastrou pelo espaço e não
deixou qualquer dúvida sobre o que se passara.
E foi só
então que o gigante falou:
- Desculpem-se
o desabafo intestinal, mas engoli tanta, mas tanta patranha, que fiquei cheio
de gases e explodi!
- Nós julgávamos
ter ouvido um tiro de canhão!
- Ora aí
está a única verdade que até agora ouvi! -completou o enorme vizinho.
Tenham os
meus amigos, o máximo cuidado, ao contarem as vossas façanhas, não vá estar ao
vosso lado o dito homenzarrão.
Jorge C.
Chora
28/2/2023