sábado, 29 de abril de 2023

A MULHER E A FLOR

 As mulheres são flores,

com diferentes aromas,

diversificadas formas

e distintos modos de ser.

Quer as semelhanças,

quer as divergências,

são mais acentuadas,

em ambas, na primavera

e também no verão.

Enquanto as flores se vestem

de caprichosas e coloridas folhas,

e se acentuam os aromas,

as mulheres desfolham-se:

desfazem-se dos têxteis,

vestem o biquíni ou o fio dental,

passeiam-se à beira-mar,

cheiram a coco ou a frutos,

mostram a sua essência floral,

algumas de modo total,

e ninguém pode negar,

estando de perfeito juízo,

que as mulheres são flores

e ainda mais o são,

 na primavera e no verão!

     Jorge C. Chora

        29/4/2023

quinta-feira, 27 de abril de 2023

O DESAMOR

 

Por falta d’amor morre o planeta

e um pouco de nós, todos os dias,

recusando o colete de salvação

a quem o quer salvar.

O desamor é arma de morte,

poderosa e impiedosa,

implícita nas guerras,

aliada à cobiça e a tudo

o que fede e mata,

ao horror e ao pavor

de ver banalizar a falta de amor,

a insensibilidade ao próximo,

às necessidades da humanidade.

O negócio é colocado num pedestal

em vez da vida e o amor a tudo

e a todos os que nos rodeiam.

O desamor até os beijos afeta,

pois mais não serão do que

simples réplicas dos de Judas,

traiçoeiros e a troco de trinta dinheiros!

JORGE C. CHORA

   21/4/2023

terça-feira, 25 de abril de 2023

A TÍLIA , A ROSA E O CANTEIRO DE CRAVOS VERMELHOS

 

A TÍLIA, A ROSA E O CANTEIRO DE CRAVOS VERMELHOS.

Viu a ternura refletida nos negros e grandes olhos daquela mulher,

que uma súbita rajada de ventos atirou para os seus braços, e teve a certeza de que os seus também revelavam o mesmo que os dela.

Ela emanava um cheiro a rosas. Eles já se conheciam do autocarro,

já tinham reparado um no outro, mas nunca tinham chegado à fala.

Miraram-se mutuamente, deixando-se estar abraçados, até que desataram a falar, até à chegada do transporte.

Nenhum deles saiu no destino pretendido e só deram por isso no fim da linha.

Regressaram a casa de mãos dadas. No dia seguinte mudaram-se para a casa das tílias, tendo ele descoberto, que ela nem perfume usava:

simplesmente cheirava a rosas e adorava o perfume das tílias do seu jardim.

Beto pendurou nas suas árvores, três espanta-ventos, a agradecer ao vento, tê-la atirado para os seus braços, ter dado conta da ternura que os ligava e tê-la agora em sua casa.

Num canteiro à parte, cultivaram cravos vermelhos, em louvor do amor e da liberdade de se terem um ao outro, em dias de sol ou de chuva, e poderem gritar a seu belo prazer, ao ritmo dos seus espanta-ventos.

Jorge C. Chora

25/4/2023

sexta-feira, 21 de abril de 2023

A PROVA DE VIDA OU UMA CRÍTICA AO SISTEMA

 

Entrou na dependência bancária com uma dificuldade evidente: estava apoiada em duas canadianas. De provecta idade, aguardou a sua vez de ser atendida.

Não durou muito tempo a ser recebida, pese embora a casa estivesse repleta, pois teve prioridade pela sua incontestável dificuldade na locomoção, agravada pela sua corpulência.

Após se ter conseguido sentar, disse ao que vinha: fazer a prova de vida.

Apresentou o seu documento de identificação e obteve a seguinte resposta:

- Minha senhora, o documento que prova que está viva é passado pela Junta de Freguesia e depois terá de o trazer ao banco. Peço imensa desculpa.

-Mas eu estou aqui, viva, a falar consigo, com a identificação nacional a provar que eu, sou eu!

-Pois é, mas…

Nada feito. A corpulenta e idosa senhora, iniciou os seus esforços para se levantar, mas tanta força fez que deu um sonoro e fedorento flato. A multidão presente no interior da dependência, sentindo-se gaseificada, abandonou à pressa o espaço.

A velha senhora, voltando-se para o balcão, disse alto e em bom som:

- Outra prova de vida inegável!

Claro que isto do flato não se passou, mas deveria ter acontecido.  Não cabe na cabeça de um tinhoso, ter de ser só a Junta de Freguesia a passar um documento a comprovar que a senhora que está ali, presente, em carne e osso, está viva! 

 Não duvido que haja algum outro motivo para ser a Junta a atestar o facto de a pessoa estar viva, mas do que não duvido também, é de que a prova de vida podia ser aceite podendo a própria pessoa estar presente.

Com o evoluir da situação, não me surpreenderia que a pessoa tenha de ir ao médico, para de seguida, com o papel passado, ir à Junta carimbá-lo e só após ser vista pelo médico da instituição, ser aceite como pessoa viva, depois de outro papel carimbado com o timbre da instituição, assinado pelo chefe e subchefe da agência, com a impressão digital da pessoa que tem de apresentar a prova de vida, em como está viva!

Não há qualquer dúvida que só a espera pela consulta no Centro de Saúde, para comprovar que essa pessoa estaria viva, livraria o país de uma multidão de idosos: pois quando fosse chamada, poderia ser outro o documento a passar: a certidão de óbito!

Cala-te boca, não vá a ideia pegar e qualquer dia acontecer-me a mim o que não desejo aos outros.

 

Jorge C. Chora

21/4/2023

quinta-feira, 20 de abril de 2023

MENA

 

Mena tinha 25 anos e Márcio 80 e eram os melhores amigos. Perdidos e achados, estavam numa conversa pegada.

Naquele dia, Márcio achou-a triste.

- O que tens Mena?

-Um dia mais do que ontem…

-Não desconverses, diz-me lá que tens…

E Mena desfiou o rosário: Já tenho 25 anos, sou demasiado magra e ninguém me quer como companhia!

Márcio deu uma gargalhada que quase fez tremer o paredão onde estava a pescar.

-Isso nem parece teu! Uma menina que é um espanto, uma verdadeira modelo, estudos que nunca mais acabam, com uma fortuna que não sendo imensa, é mais do que suficiente para viveres bem! Não digas isso a mais ninguém!

-Isso dizes tu, que és meu amigo e me conheces desde que nasci!

-Mas tu não vês que ninguém se aproxima muito, porque não se sentem à tua altura! Diz-me, sem rodeios, de quem é que nesta vila gostas o suficiente para namorar?

Mena sorriu. Mais uma vez o seu sábio tinha razão.

- O teu futuro namorado há -de aparecer: cá de dentro ou lá de fora. Acalma-te amiga.

Dois dias após esta conversa, Mena foi ter com Márcio ao paredão, de mão dada com um rapagão de dois metros de altura.

O homenzarrão, pegou no Márcio ao colo como se ele fosse uma pena, deu-lhe dois beijos e disse:

-Sempre à pesca meu pai! Apresento-te a minha namorada que me queria apresentar a ti!

Mena ficou sem fala. Duas grossas lágrimas rolaram-lhe pela face.

Márcio, beijou-a carinhosamente e disse-lhe:

-  Até que enfim te posso chamar  filha!

Voltando-se para o filho, advertiu-o com carinho:

- Ainda agora acabaste de chegar dos Estados Unidos e já fizeste a escolha mais acertada da tua vida.

 

Jorge C. Chora

20/4/2023

terça-feira, 18 de abril de 2023

AS BOAS-VINDAS À PRIMAVERA

 Saltam-lhe as tranças,

de tanto na rua pular,

rodando as suas saias,  

de flores pintalgadas,

das acácias amarelas,

pelo vento trazidas,

quando por elas passou.

À janela, a mãe morre de medo:

- Cuidado vem aí um carro

e depois uma bicicleta…

E a garota continua a bailar,

vestida de primavera,

rodeada de andorinhas

que à janela vão poisar,

protegida pelos anjos lá no céu,

desejosos de virem à terra,

as boas-vindas à primavera desejar!

 

Jorge C. Chora

18/4/2023

domingo, 16 de abril de 2023

O SABOR DO BEIJO

 

SEI QUE O DIA DO BEIJO FOI HÁ DIAS. DEIXEI-O PASSAR PORQUE UM BEIJO PODE E DEVE DURAR DIAS, ANOS E MESMO TODA A VIDA.

 

O SABOR DO BEIJO

 

Beijo desejado

e bem dado,

é algo partilhado,

muito prazeroso

e também saboroso.

É húmido e gostoso,

um desejo de fusão,

um preludio de algo

mais húmido e profundo

do que um simples beijo.

Jorge C. Chora

  

16/4/2023

sexta-feira, 14 de abril de 2023

NEGÓCIOS DE CANGALHEIROS

 

Havia uma localidade onde o padeiro conhecia todo o mundo. Ele distribuía o pão por todos os lares, e sabia de todas as novidades, incluindo quem morrera ou estava para entregar a alma ao Criador.

Amigo do dono da funerária, por conveniência de ambos, tornaram-se sócios.

Com o crescimento da terra, surgiu outra funerária, que acabou por saber da morte do Silva (Silva Lopes), por sinal, amigo do padeiro.

Acorreu o padeiro, ao saber deste infausto acontecimento e na mira de se antecipar aos rivais, a casa do falecido

Entrou sem bater à porta, percorreu os longos corredores da habitação em direção ao quarto do falecido, quando a meio do percurso sentiu uma mão a tocar-lhe no ombro. Virou-se rapidamente e deu com o “morto”.

Caiu fulminado.

O seu sócio, a quem as ligações de amizade forte o ligavam, acabou por ter uma síncope fatal ao saber da morte do seu sócio e melhor amigo.

Aos seus funerais, organizados pelos novos cangalheiros, compareceu também, com ar pesaroso, o outro Silva, chamado Silva e Sousa que se julgava ter morrido e que recuperara da enfermidade que o afligia.

 

Jorge C. Chora

14/4/2023

quinta-feira, 13 de abril de 2023

AS LÁGRIMAS DE LIA


Era o primeiro dia de aulas. Lia trajava uma bata axadrezada, obrigatória naquela escola.

Mal dera dois passos, quando ao entrar na escola, escorregou no chão molhado da chuva que caíra de noite. Esfolou os joelhos e rasgou a saia.

Ana que seguia imediatamente atrás, prontificou-se a ajudá-la. Deu-lhe a mão, levantou-a, enxugou-lhe as lágrimas que lhe marejavam a cara.

Não era a ferida que lhe doía: era a saia rasgada, pois sabia o sacrifício que a mãe fizera para lha comprar.

Ana continuava de mão dada a Lia. Continuava a enxugar-lhe as lágrimas e a consolá-la, mas sem sucesso.

A professora deixou-as ficar juntas na mesma carteira, sempre de mãos dadas. Ana era dextra e Lia era canhota e isso permitia-lhes continuarem a escrever, sem largarem as mãos uma da outra.

No fim das aulas Ana prometeu ajudar Lia. Foram a um ourives, conhecido de Ana e disse-lhe que estava farta do anel que tinha, e ia pedir à mãe que lhe comprasse outro e queria vender aquele.

As lágrimas de Lia redobraram. Apertou com mais força a mão de Ana.

Ana ao retirar de novo o seu lenço para limpar as lágrimas de Lia, deixou cair em cima do balcão uma séria de lágrimas petrificadas. O ourives olhou-as e analisou-as à lupa. Espantou-se: eram pequenas pérolas transparentes, lindas e raras.

Seguiram para uma loja onde vendiam fardas e compraram outras saias   iguais à da farda.

O problema de Lia desapareceu.

Lia e Ana ainda hoje são as melhores amigas e ao chegarem à idade adulta, mudaram os seus primeiros nomes para um, comum às duas e indestrutível: Liana seguidos dos outros nomes que já tinham.

Jorge C. Chora

13/4U/2023

quarta-feira, 12 de abril de 2023

UM VERANEANTE EXECRÁVEL

 Se há algo na Ericeira que irrita de sobremaneira alguns turistas e residente, é um certo e execrável veraneante, que insiste em passar lá o verão.

Para os surfistas, quer chova quer faça sol, está tudo bem: Ericeira é sempre Ericeira.

Mas afinal quem é esse ser abominável, que infelizmente, é presença assídua e malquista, nunca adoece nem se constipa, não há meio de falhar uma única vez as suas férias de verão na Ericeira?

Bom, antes de dizer-vos quem é esse incómodo veraneante, devo alertar-vos para que na época de verão, na Ericeira, nunca se queixarem dos dias frios, porque lhe responderão em uníssono:

-Então não sabe que o inverno vem sempre passar o verão à Ericeira?

Jorge C. Chora

12/4/2023

 

sexta-feira, 7 de abril de 2023

A NAMORADA DO GOLFINHO

 

PARA QUEM NÃO TEM OVOS OU AMÊNDOAS PARA DAR AOS SEUS MENINOS, AQUI VAI UMA HISTÓRIA PARA LHES CONTAR.

 

 

A NAMORADA DO GOLFINHO

Naquela ilha existia uma mulher que já fora menina, mas a quem todos continuavam a tratar assim. Ajudava quem podia, não com dinheiro porque não tinha, nem nunca tivera.

Ouvia os segredos de toda a gente e nunca, mas nunca, alguém a ouvira contar, algum que lhe tivesse sido confiado.

Morava à beira-mar e nas noites de maré-cheia, podia banhar as suas mãos ou ainda bochechar com a água do mar, sem sair da sua janela.

Para poder guardar todos os segredos, com medo deles transbordarem mesmo sem querer, tantos, mas tantos eles eram, arranjou maneira de garantir que isso nunca aconteceria:

Arranjou um tubo de plástico onde cabia a sua boca e podia falar, com um comprimento suficiente para o mergulhar no mar. E nas noites de maré-cheia, confessava ao mar o que ouvira, com a certeza de que ninguém os ficaria a saber e nem o vento seria capaz de ouvir.

Numa noite de lua cheia, os pescadores viram um belo golfinho na proximidade da janela da menina. E só então juntaram os factos e concluíram, que ele só podia ser o seu namorado.

Agora percebiam porque ela nos dias de maré-cheia, através do canudinho mergulhado no mar, conversava com o seu belo golfinho.

Nunca mais pescaram ou fizeram mal a um golfinho, não fosse darem, por mero acaso, um desgosto à sua menina, pescando o seu namoradinho.

 

Jorge C. Chora

7/4/2023

 

quinta-feira, 6 de abril de 2023

O LAR


Ia no meio da rua quando recebei um telefonema. Mal o telemóvel tocou, olhei para o ecrã e ele anunciava: Lar.

Lar? Gelei. Não conheço ninguém atualmente aí residente! Mil ideias me passaram pela cabeça: alguém que me conhece e já me quer arranjar colocação, devido às inúmeras doenças de que padeço?

De imediato me subiu às narinas, um fedor a urina, a fezes e a mofo. Um desgosto precoce me invadiu: e como é que vou escrever todos os dias contos, crónicas e poemas, se não vou ter local, espaço, nem computador para o fazer. Vou morrer se não escrever! E de repente, qualquer coisa tão ou mais medonha me apavorou: e os meus filmes diários, quando não estou a escrever ou a ler? E os meus livros?

E no meio disto tudo, outra ideia aterradora tomou conta de mim: a minha reforma de professor, que já de si não é grande coisa, mas que agora pouco ou nada vale, não dava, sequer, para pagar um cubículo ao pé do wc!

E continuava a olhar petrificado para o maldito telemóvel que continuava de modo insistente a tocar.

Atendi-o de maus modos:

- Quem é que fala? Não conheço ninguém em lares e espero não ter esse desprazer, enquanto a minha fada do lar viver!

- Acalma-te, sou eu que te estou a ligar de cá de casa, do lar, pois levaste o meu telemóvel e provavelmente o teu também!

Recuperei mil anos ao ouvir a voz da minha mulher: desapareceu-me de imediato o fedor a urina e a fezes e instalou-se o doce perfume do nosso lar. Não ganhei para o susto. Vou já beber uma taça!

Jorge C. Chora

6/4/2023

quarta-feira, 5 de abril de 2023

O LEÃO E O BEZERRO

 Um ligeiro mugido despertou a atenção do leão. De imediato, no meio do matagal, tomou a direção certa em relação à origem do ruído.

Era um bezerro recém-nascido, cuja mãe deveria ter sido capturada. O rugido do leão fez-se sentir:

-Ninguém toca no recém-nascido.

E nenhum dos outros leões da alcateia, ousou sequer aproximar-se.

O bezerro foi levado para o covil dos leões, onde foi tratado, alimentado, e teve direito a um lugar à mesa.

O leão afagava-o com a juba e o bezerro dava-lhe pequenas marradinhas.

Tornou-se um membro da família.

Num dia em que o mais novo da família fazia anos, todos gabaram a excelência da refeição. Criticaram também os privilégios concedidos ao bezerro que nem se dignara ir à festa.

O chefe da família não disse uma palavra: limitou-se a olhar, de modo fixo, para o lugar vago.

Só então todos entenderam que tinham comido o bezerro.

-Ó pai, mas se era para o comer porque esperámos tanto?

-Para quantos dava o recém-nascido? Para um? dois no máximo. E a luta que evitei entre vocês por aquele bocadinho? Agora deixem-me descansar

pois tenho a barriga cheia.

Tenha cuidado, evite ficar à mercê de um leão, se isso hoje em dia, for possível!

Jorge C. Chora

5/4/2023

segunda-feira, 3 de abril de 2023

A ENTRADA DO CÉU


Teus lábios carnudos

são a entrada do céu,

tão ou mais divinos

do que o leite e o mel,

e de tudo o que lá possa haver.

Se no céu mais nenhuma benesse,

além dos teus lábios carnudos houvesse,

não haveria quem se desiludisse,

pois teus lábios carnudos

são por si só, não só a entrada do céu,

como o próprio e verdadeiro Céu!

 

          Jorge C. Chora

               3/4/23

domingo, 2 de abril de 2023

O ENTERRO DA BOA -FÉ

Morreu a boa-fé.

Sepultaram-na sem honra,

sem flores e sem glória,

pela calada da noite,

em dia de lua nova.

A má-fé bateu palmas,

festejada por espertos,

em detrimento dos tolos

e dos antigos crentes.

Nasceu uma nova época:

Paraíso de alcoviteiros,

aldrabões, caloteiros

e outros batoteiros,

de magos metamorfoseando

as mentiras em verdades

e as verdades em mentiras.

Para eles, a lei só tem três interpretações:

A deles, a dos amigos,

e a dos que melhor pagam.

Razão nunca deixou de ter

o sábio António Aleixo,

quando lapidarmente dizia:

“Rouba muito que, de resto,

Terás um bom advogado

Que prova que és mais honesto

Que propriamente o roubado.”

In António Aleixo, Este Livro Que Vos Deixo”, livro II, 21ª edição, pág. 129, 1ª quadra.

 

Jorge C. Chora

2/4/23