Era uma vez
um dinossáurio chamado Comilão que comia de manhã, a meio da manhã, ao almoço,
ao lanche, antes do jantar, ao jantar e à ceia!
Já perceberam por que razão se chamava
Comilão? Só comia verduras, mesmo muitas, como sabem.
À medida que
foi envelhecendo, todos os dias tinha mais dificuldade em andar. Os seus filhos
passavam uma parte do dia a colher as ervas para ele continuar a comer todas as
refeições a que estava habituado.
O Comilão
tanto, mas tanto comeu, que os seus dentes foram-se gastando e caindo. Só podia
comer verduras muito tenras e demorava mais a mastigar.
Embora
tivesse mais dificuldades em andar, todos os dias saía e adorava sair à noite,
porque as ervas estavam mais húmidas e saborosas. Quando os olhos começaram a
fraquejar, todos os dias aparecia com um galo na cabeça porque ia contra as
árvores e fartava-se de tropeçar e cair.
Quando lhe
disseram que não devia sair à noite, ficou magoado e respondeu:
-Era só o
que me faltava! Gosto dos meus passeios noturnos. Fazem-me bem, distraem-me e
não é por ter mais ou menos galos que vou ficar na caverna!
De nada
valeu a preocupação dos filhos até que um entre os dez, teve uma ideia: e se o
pai pudesse ver à noite como de dia?
Uma risota
geral fez estremecer a caverna.
- Que ideia
tão idiota- exclamaram os irmãos.
- A ideia é
muito boa, mas… – disse o pai.
De repente,
um raio caiu sobre a árvore em frente à caverna e incendiou--a. A noite ficou
de dia.
Os filhos
recolheram os ramos a arder e lembraram-se de ir alimentando o fogo com ramos
que iam recolhendo.
À noite, o
Comilão podia levar um dos paus e ver como se estivesse de dia.
Era uma
lanterna do tempo dos dinossáurios.
Jorge C.
Chora
12/11/2022