sábado, 14 de setembro de 2019

OS DONOS DO BALANÇÉ


Seis jovens surgiram no parque, transportando uma tábua.  Acercaram-se do balancé, encaixaram a tábua no aparelho. Sentaram-se, um em cada topo e deram início ao balancear, para cima e para baixo.

Os dois primeiros foram substituídos pelos dois seguintes e quando se fartaram, deram lugar ao par sobrante. Cansados do usufruto do aparelho, retiraram a tábua, colocaram-na debaixo do braço e, abandonaram o parque sob o olhar espantado dos que tinham formado fila para andar naquele aparelho e ficaram a ver navios.

Tantas vezes viu o velho António suceder o esquema, que à terceira semana, colocou, à porta do parque, uma tábua sua, que encaixava no balancé, com os seguintes dizeres:

        ALUGA-SE UMA TÁBUA DE BALANCÉ PARA ANDAR NESTE PARQUE. SÓ UM EURO.

No dia seguinte, os seis transportadores da tábua, colocaram outro anúncio. que rezava assim:

        A NOSSA TÁBUA PARA ANDAREM NO BANÇÉ. CUSTA SÓ 50 CÊNTIMOS.

Dois dias depois havia um só anúncio:

        O ALUGUER DA TÁBUA PARA ANDAREM NO BALANCÉ CUSTA SÓ UM EURO E CINQUENTA.

Ao fim do dia, os seis larápios originais passavam em casa do velho e sabido trapaceiro e recebiam um euro por cada aluguer, ficando ele com os restantes cinquenta cêntimos.

O negócio é tão lucrativo que António e os seus parceiros, estão a pensar em legalizá-lo no âmbito da complementaridade dos serviços públicos.

Jorge C. Chora
14/9/19

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