quinta-feira, 8 de abril de 2021

CABO DELGADO

Vergam-se as casuarinas

ao peso da desgraça,

ao verem crianças sem nada,

pais de mãos cheias de vento

e nenhum alimento.

Novos, velhos, viúvas e órfãos

fogem à barbárie

dos corta-pescoços,

num coro de fome e choro.

Inclinam-se as casuarinas,

num silêncio respeitoso,

solidarizando-se ao medo

das gentes em debandada,

suplicando a Deus e a Alá,

o fim da selvajaria dos corta-pescoços,

o regresso da paz, da segurança, do chá a tempo e horas

e dos convívios ao relento.

        Jorge C. Chora

         8/04/2021

1 comentário:

  1. Parabéns por chamares a atenção para este drama Jorge! Esperemos que a comunidade internacional não feche os olhos e possa ajudar esta gente, abraço!

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