Tenho
saudades de ir a Lisboa,
andar a pé,
parar aqui e acolá,
beber um
branco ou um tinto,
umas iscas
no pão ou uma bifana;
passear à
beira-rio, ver quem passa
e falar, com
quem se desconhece
e se fica a
conhecer ou nunca mais se vê,
bastando para
isso, ser simpático e falador.
Pena é ser
difícil realizar este desejo,
tão simples
nos dias de ontem e tão
difícil nos
de hoje, onde quase se evaporaram
as tascas,
os alfarrabistas, a vontade de falar,
os
espetáculos de rua, os pregões d’outrora,
a alegria e
a bazófia comunicativa dos lisboetas!
Fico-me pela
Amadora, onde ainda é possível
falar com
quem passa, beber um copo e petiscar
em dezenas
de casas abertas, num clima de liberdade,
com
conhecidos e desconhecidos e ainda se podem fazer amigos.
Na Amadora, não
passa o Tejo, o que faz toda a diferença,
mas há a
Ribeira da Falagueira, onde nos podemos deliciar
com o verde das
margens e a flora dos parques e em cada canto
da cidade,
há artistas que nela habitam, mas que poucos os conhecem!
Ah! Quando na
Amadora houver, galerias, alfarrabistas,
música a
rodos, publicações e editoras locais, festivais de gastronomia, o que será de
Lisboa? Por agora só há muita gente boa na nossa Amadora!
Jorge C.
Chora
12/01/2022
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