quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

A AMADORA DE AGORA E A LISBOA D'OUTRORA

 

Tenho saudades de ir a Lisboa,

andar a pé, parar aqui e acolá,

beber um branco ou um tinto,

umas iscas no pão ou uma bifana;

passear à beira-rio, ver quem passa

e falar, com quem se desconhece

e se fica a conhecer ou nunca mais se vê,

bastando para isso, ser simpático e falador.

Pena é ser difícil realizar este desejo,

tão simples nos dias de ontem e tão

difícil nos de hoje, onde quase se evaporaram

as tascas, os alfarrabistas, a vontade de falar,

os espetáculos de rua, os pregões d’outrora,

a alegria e a bazófia comunicativa dos lisboetas!

Fico-me pela Amadora, onde ainda é possível

falar com quem passa, beber um copo e petiscar

em dezenas de casas abertas, num clima de liberdade,

com conhecidos e desconhecidos e ainda se podem fazer amigos.

Na Amadora, não passa o Tejo, o que faz toda a diferença,

mas há a Ribeira da Falagueira, onde nos podemos deliciar

com o verde das margens e a flora dos parques e em cada canto

da cidade, há artistas que nela habitam, mas que poucos os conhecem!

Ah! Quando na Amadora houver, galerias, alfarrabistas,

música a rodos, publicações e editoras locais, festivais de gastronomia, o que será de Lisboa? Por agora só há muita gente boa na nossa Amadora!

Jorge C. Chora

12/01/2022

Sem comentários:

Enviar um comentário