O homem
estava furioso e pensativo, por não ter conseguido obter ainda mais lucros num
excelente negócio que fizera. Conseguira trespassar algo que pouco ou nada
valia, por uma soma quase astronómica: quem comprara que se amanhasse, pensou.
Quando olhou
para o lado, vinha a passar o João, um pedinte que conhecia, a quem alcunhavam
de Bruxo pelo seu aspeto andrajoso, coxo e desdentado, que se deslocava com a
ajuda de um cajado.
O João ao
vê-lo tão pensativo e furioso, tentou animá-lo:
-Ó homem,
quem tem saúde tem tudo! Deixe-se de tristezas. Venha beber um copo. Pago eu
que me deram hoje umas boas moedas!
- Se
ofereces vamos a isso. Olha que eu não bebo zurrapa!
- Oferecido
está oferecido! Eu não volto com a palavras atrás!
E o pedinte
cumpriu a sua palavra e nem um obrigado recebeu: o homem continuava obcecado
pelo dinheiro que podia ter obtido, se ainda tivesse exigido um pouco mais do
que exigira.
Jorge C.
Chora
18/8/2023
Sem comentários:
Enviar um comentário