Não cultues
a tristeza,
pois ela é
descarada,
aparece sem
ser convidada
e nunca
aceita ser desconvidada,
finge-se
surda e resiste a ser escorraçada.
Jorge C. Chora
31/5/2025
Não cultues
a tristeza,
pois ela é
descarada,
aparece sem
ser convidada
e nunca
aceita ser desconvidada,
finge-se
surda e resiste a ser escorraçada.
Jorge C. Chora
31/5/2025
Não é grande
nem pequeno,
conforta-o como
ninguém,
é de facto o
seu amor.
É moreno,
mais para o
escuro,
adora o seu
sabor,
não o troca
por nada.
Não passa
sem o beijar,
lambe-o até
ao fim,
para lhe
expressar
a sua indisfarçável
dedicação.
O seu mais
que tudo,
é casado
consigo,
não há dia
sem
com ele se
consolar,
é mesmo à
sua medida,
cabe numa
chávena
e é um cafezinho!
Jorge C. Chora
30/5/2025
Passou
por ela
e não a
viu,
Dois
passos adiante,
algo o
fez retroceder.
Olhou-a
nos olhos
e
surpreendeu-se,
ao
perceber habitarem
ambos, nos
olhos um do outro.
Deram-se
as mãos,
e sem
dizerem os seus nomes,
souberam
chamar-se Francisco e Ana.
Jorge C.
Chora
29/5/2025
Quem saudades de nada tem,
é porque não há ninguém,
que dele as tenha também,
pois saudades só as têm,
quem gosta d’algo ou d’alguém.
Jorge C. Chora
22/05/2025
Ontem diziam
não,
hoje dizem
nin,
e amanhã dizem
sim,
em relação
aos que
cá estão.
E tempos
virão,
ao sim
voltarão
e noutro
dia,
outra vez ao
não,
retornarão!
Neste vai e
vem
de nins, nãos
e sins,
crescem as
filas
de
deserdados,
asiáticos e
negros pobres,
trabalhando
às escondidas,
pagando
impostos,
sustentando
reformas,
oferecendo o
corpo ao manifesto,
enriquecendo
intermediários,
e um dia, um
carimbo receberão,
sem direito
a apelação:
- Fora!
Uma coisa é
os que cá estão,
expulsando
os cadastrados,
outra, os
que virão!
Jorge C. Chora
20/05/2025
Álvaro ama
Lia,
mas ela não o
ama
ou diz não o
amar.
Lia mora-lhe
no coração,
e quer ela o
ouça ou não,
sempre lhe
diz:
- Gosto de
ti. Mesmo
não gostando
tu de mim,
nunca te
deixarei,
ainda assim,
morrer dentro de mim!
Jorge C. Chora
19/05/2025
Amar é
cheirar e tocar,
desejo
carnal,
prazer de
possuir,
espasmo
divinal,
desejo de
beijar e ser beijado(a),
entrega
voluntária à volúpia,
delícia a
repetir.
Amar é
dar-se,
em corpo e
espírito,
é afinal,
saber que os
unicórnios existem.
Jorge C. Chora
18/05/2025
Cavalga
ondas,
enfrenta
ventos
e espuma no
rosto.
Usufrui a
liberdade de cair,
levantar-se, executar tubos,
rasgadas,
aéreas e batidas…
sem o mar
sujar ou poluir.
Vive em
comunhão com o oceano,
e pelo
surfista ser seu aliado e irmão,
lhe aturar
as birras e as fúrias,
sempre fazer
as pazes,
e sempre
retornar,
se deixa o
mar surfar.
Jorge C. Chora
15/05/2025
Dos seus
olhos sou cativo,
mas aos dela
nada sou,
oxalá ainda
o seja,
se algum
dia,
também a
seus olhos,
cativo passar a ser.
Jorge C. Chora
15/05/2025
Viu-a.
Não sabia
quem era,
desconhecia a
sua idade,
o seu nome,
onde
trabalhava.
Era uma
inteira desconhecida,
mas desejava-a,
quis ser dela,
só dela,
sem saber
quem era,
mulher séria
ou puta refinada,
tanto fazia,
só queria
ser sua e ela dele.
Custou-lhe todo
o dinheiro da carteira,
mas por
momentos foi dela e ela sua,
e ainda hoje
a procura,
mesmo
sabendo não ser ela,
mulher séria,
mas uma simples puta,
por quem loucamente se apaixonara.
Jorge C. Chora
14/05/ 2025
Não te ouço,
nem me
esforço,
por
ouvir-te,
quando falas
muito baixo.
Já te ouço,
se
murmurares,
ao meu
ouvido,
aquilo que
ambos desejamos
e não pode,
de modo algum,
ser escutado
por ninguém.
Jorge C. Chora
11/05/2025
AI OS TEUS SUCOS!
Os teus fluídos,
são bebedeiras
sem ressacas,
néctares celestiais,
colhidos entre coxas
perfumadas,
com garantidas visões,
de duas colinas de alabastro.
Jorge C. Chora
8/05/2025
POEMA COM BOLINHA VERMELHA
A PERDIÇÃO
Adora o seu
hálito a morango,
ao entreabrir
os lábios
carnudos,
assim como o
tom rosado
e o aroma a
malva rosa
dos seus
outros lábios extrovertidos.
São pudicamente
envoltos no seu velo púbico,
resguardando
de olhares cobiçosos,
a mui desejada borboleta,
do seu paraíso terreal.
Jorge C. Chora
6/05/2025
Dos teus lábios
de carmim,
jorram palavras
para mim.
Por magia e
encanto meu,
não são
feitas de vogais
nem de
consoantes,
mas de
verdadeiras e finas pérolas,
com as quais
teço um colar,
cujo fecho
tem a forma do meu
e do teu desejo,
para usares
onde, quando e como quiseres.
Jorge C. Chora
2/05/2025