quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A comida do Pompom

À hora de sair, foi chamada ao chefe, que lhe pediu para ficar. Guida estremeceu. Sabia que o marido reagiria mal ao prolongamento do seu horário. Telefonou-lhe e disse-lhe o que se passava e que fosse à 2ª prateleira do frigorífico e que jantasse.

Ao chegar a casa, preparou-se para enfrentar o mau humor da sua cara-metade. Este surgiu-lhe, logo à porta, com um grande sorriso. Retribuiu-lho, algo surpreendida, mas sem o demonstrar. Ele enlaçou-lhe a cintura, roçou-lhe o farto bigode pelo pescoço, afagou-lhe os lóbulos das orelhas.”Hum, isto está a correr bem. Nem sempre nem nunca…”pensou Guida, ao mesmo tempo que lhe passava de modo suave os dedos pela cabeça. .E foi aí que, surpresa das surpresas, o sentiu ronronar. Bom, concluo dizendo que Guida teve direito a recordar-se de tudo o que era bom e ela já se tinha esquecido.

A fome apertou e ela foi ao frigorífico. Espantou-se porque o jantar estava intacto na 3ª prateleira. Percebeu o que se passara ao ver a 2ªprateleira,a da comida do gato, completamente vazia. Enganara-se e ele não dera por isso! Calou-se bem calada.

No dia seguinte, a primeira compra que fez, foi comprar a comida do Pompom, regressar num pulo a casa, e colocá-la na 2ª prateleira.

À hora da saída do serviço, telefonou ao seu brutamontes farfalhudo:

-Querido, vou sair mais tarde mas não te preocupes. Deixei-te o jantar na 2ª prateleira do frigorífico.

Tenha cuidado com a quantidade de comida de gato que dá ao seu brutamontes! Uma amiga de Guida, a quem esta contara o segredo, exagerou nas doses e transformou o marido numa gatinha em vez de num gatinho assanhado, às suas ordens!


Jorge C. Chora

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