Se não é filho
d`alguém,
catedrático, general ou político,
os seus postos não alcançará
e o mundo fechar-se-á.
Uma saída terá,
se pertencer a gente rica,
pois outro galo cantará:
será tudo o que quiser,
mesmo que não tenha
quaisquer requisitos
para o ser.
É preciso não esquecer
o poder de abades e abadessas,
porque desprezá-los é desconhecer
o real poder da
instituição a que pertencem.
Claro que há excepções,
mas qual a regra que
as não tem?
E então como se faz
para lá chegar?
Bom, vamos
recapitular:
Se não é filho de general,
muito menos de catedrático,
não recebe bênçãos do abade,
de político nem sonhar
e de rico nem
cheirar,
só lhe resta morrer a
trabalhar,
regressar à idade
média,
tornar-se à força um” mantenedor”,
quiçá um servo da gleba,
aquele que tudo e todos sustentava
e que não era tido nem achado,
para nada e por
ninguém.
O grande Satã, às portas do
Cabo da Roca estará, e
dir-lhe-á,
exalando um hálito putrefacto:
Se não estás bem, tens todo
o oceano para navegar e um
encontro com o Adamastor
para te colocar a cabeça no lugar!
E os banidos da sorte,
enfrentá-lo-ão,
reeditando a saga de outrora,
gritando que o fazem
“por ordem de D. João
II”,
recusando dar-se por vencidos,
embora escorraçados
do seu país.
Jorge C. Chora
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