Passaram jovens,
menos jovens e idosos,
gente perfumada
de nariz empinado,
emproados d’outras
proveniências,
e nem um tostão furado
lhe colocaram no chapéu.
Em contrapartida,
choveram sentenças:
-Vai trabalhar malandro…
-Seu manhoso…
-Se guardasses o que te dão…
E vinda de algures,
surgiu uma menina
que lhe sorriu e depositou,
ao lado do violão,
um beijo e um monte
de senhas de refeição.
E o violão passou a soar,
a partir daí,
de tal modo,
que em seu redor
se juntaram bandos
de pombos e gaivotas
bailando de asas entrelaçadas,
como nunca até então se vira.
Jorge C. Chora
22/01/19
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