Tenho um
frondoso castanheiro,
onde se reuniram
as moças da minha aldeia,
num belo dia
de outono.
Entre elas
conheci uma de saia rodada,
de cabelos
alourados,
e um tanto
ou quanto descarada.
Mal a vi,
pisquei-lhe o olho direito
e ela retribuiu-me,
piscando-me o esquerdo.
Ofereceu-me
umas castanhas dizendo:
-São do teu
castanheiro e são muito boas,
agora ofereço-te
uma água-pé,
lá da casa
do meu pai, enquanto dizia:
-Comemoramos
o São Martinho e para festejarmos a contento,
dou-te um
beijo e tu dás-me outro.
Nunca mais
nos separámos e o diabo da mulher,
exige receber
tantos beijos quantos ela me dá,
e nem um nem
outro se nega a dá-los com fartura,
à sombra do
enorme e frondoso castanheiro,
intervalando
com as castanhas e água-pé,
seja ou não
dia de S. Martinho.
Jorge C. Chora
11/11/2025

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