A galinha olhava com desdém a sua vizinha codorniz.
Cacarejando de modo depreciativo, não tirava os olhos dos pequenos ovos que a
codorniz tinha acabado de pôr. As suas penas tremiam, tamanha era a risota
convulsiva e exagerada:
-Hi…hi… que ovos raquíticos…só com uma lupa se conseguem
ver…
A codorniz encolhia-se toda e desculpava-se:
-Para o nosso tamanho são até bastante grandes….e somos
muito esforçadas, pois cada ovo que a senhora põe, nós temos de ter cinco para
igualar o tamanho do seu…
-Têm toda a razão, os meus são cinco vezes maiores do que os
seus. Faz-se uma omeleta com um só…repare que além de grandes, são nutritivos,
apetitosos e desejados por todos…
-É uma questão de gosto… -replicava a codorniz, olhando com
doçura os seus pequenos ovos pintalgados.
O dono dos galináceos, interrompeu o diálogo:
- Ambas têm razão naquilo que dizem, isto claro, em relação
aos tamanhos. Perdem-na, quando a D. Galinha se satisfaz em pôr só um ovo dia
sim, dia não e a D. Codorniz, podia esforçar-se um pouco mais se os tivesse um
pouco maiores… -E enquanto isto dizia, esfregava as mãos pensando quanto lucraria
se isto se concretizasse.
A galinha caiu em si. Como poderia ela pôr mais ovos, sem
dar cabo da sua saúde e da qualidade dos seus ovos? E a sua vizinha codorniz?
Como poderia tê-los ainda maiores, tendo em conta o seu tamanho?
A codorniz e a galinha entreolharam-se e, em uníssono, propuseram:
-Ponha o senhor os ovos que nós organizamos a venda!
Jorge C. Chora
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