quarta-feira, 2 de abril de 2014

Os amores de Chico e de Glória e um Chevy à mistura

                                             

Amavam-se dia sim, dia não. Amavam-se à vez. Chico adorava-a nos dias pares e Glória nos dias ímpares.
Farto de não ver o seu amor retribuído nos seus dias, Chico propôs que se adorassem todos os dias e retribuíssem o sentimento por inteiro, quer se tratasse do dia dele ou dela.

Concordaram em fazê-lo e cumpriram durante uma semana o pacto. Na 2ª semana acharam que estavam em dívida para com um amor que tinham em comum: um chevy de 1954.

E os cuidados a ter com o chevy? Quem lhos daria? Se até ali o que estava dispensado de amar se lhe dedicava, agora que ambos se comprometiam, por inteiro, à relação Glória/Chico, o abandono desse ser idolatrado, afigurava-se-lhes como um crime de lesa-amor.

Retornaram à antiga fórmula, até que um dia instituíram o dia de São Chevy e acabaram em definitivo com os dias pares ou ímpares.

Era uma vez o amor de Chico e de Glória no qual se imiscuiu um chevy.

-Oh Lord don’t  give us chevy’s…

 Jorge C. Chora


·       *  Um chevy é um Chevrolet

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