terça-feira, 15 de abril de 2014

Comadre Nhonhoca e a sua caroca



Nhonhoca escolheu a sua melhor caroca,
Para ofertar ao seu filho Nhoca.
Qual o seu espanto quando
lhe ficaram com a caroca
dizendo-lhe que ela não podia
embarcar no avião.
-Como não, se ela voa e eu não!
-É proibido comadre, se não pode, não pode!
Manda quem pode, obedece quem deve!
Nhonhoca arregalou o olho  e percebeu tudo:
Aquele filho de uma quizumba queria comer-lhe a caroca!
Ah! malandro! Vais ver as dores de barriga que vais ter,
E as maçarocas que expulsarás quando fores à casa de banho!
Mal chegou a Lisboa informou-se onde podia comprar outra caroca.
- Na Brandoa, comadre Nhonhoca!
Chegou feliz à casa do Nhoca, com a caroca numa mão, a mala na outra,
E a Amadora no coração.
Nhoca deitou as mãos à cabeça quando viu a caroca.
Instalou-a na varanda do apartamento.
Às cinco da manhã ,ficou ciente de que na varanda
não  habitava uma caroca mas um caroco,
tão audível foi o córócócó.
Deitaram os vizinhos  contas à vida,
Imaginaram o caroco assado no espeto ou mesmo frito.
No dia seguinte o caroco já lá não residia,
Pois um outro destino lhe foi dado: acabou na panela da vizinha!
Era uma vez um caroco, oferta da mãe Nhonhoca ao filho Nhoca …

Jorge C. Chora

Sem comentários:

Enviar um comentário