Nhonhoca escolheu a sua melhor caroca,
Para ofertar ao seu filho Nhoca.
Qual o seu espanto quando
lhe ficaram com a caroca
dizendo-lhe que ela não podia
embarcar no avião.
-Como não, se ela voa e eu não!
-É proibido comadre, se não
pode, não pode!
Manda quem pode, obedece
quem deve!
Nhonhoca arregalou o
olho e percebeu tudo:
Aquele filho de uma
quizumba queria comer-lhe a caroca!
Ah! malandro! Vais ver as
dores de barriga que vais ter,
E as maçarocas que
expulsarás quando fores à casa de banho!
Mal chegou a Lisboa
informou-se onde podia comprar outra caroca.
- Na Brandoa, comadre
Nhonhoca!
Chegou feliz à casa do Nhoca, com a caroca numa mão, a mala
na outra,
E a Amadora no coração.
Nhoca deitou as mãos à cabeça quando viu a caroca.
Instalou-a na varanda do apartamento.
Às cinco da manhã ,ficou ciente de que na varanda
não habitava uma
caroca mas um caroco,
tão audível foi o córócócó.
Deitaram os vizinhos
contas à vida,
Imaginaram o caroco assado no espeto ou mesmo frito.
No dia seguinte o caroco já lá não residia,
Pois um outro destino lhe foi dado: acabou na panela da
vizinha!
Era uma vez um caroco, oferta da mãe Nhonhoca ao filho Nhoca
…
Jorge C. Chora
Sem comentários:
Enviar um comentário