sexta-feira, 13 de março de 2015

A "Pirrata" de Albufeira

                                                         
Todos os dias, mais ou menos à mesma hora, dez da manhã, uma gaivota sobrevoa a tenda de vendas de artesanato de Marco e pousa no muro atrás de si.

Se Marco, sul-africano que já aportuguesou o nome, não a vê, ela grasna :

-Estou aqui!

O amigo cessa as suas vendas. Introduz a mão num saco e, sob o olhar atento da ave, vai retirando a comida que lhe é destinada.

Alinha o granulado da ração de gato em cima do muro liso. A gaivota, põe a cabeça e o bico de lado e vai comendo, um a um os pedaços que Marco lhe ofereceu.

Saciada, bate as asas e afasta-se, altiva, para os seus domínios marítimos, bem perto do local onde comeu, no centro de Albufeira, na Rua Cândido dos Reis.

Pergunto ao Marco como se chama a sua amiga. Numa fala carregada de “erres”, responde-me:

- “Pirrata”

E ela, lá do alto, pisca-lhe o olho.


Jorge  C. Chora

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