terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A FEIRA DAS PÉROLAS CHOCAS



Com tantas feiras que há por esse país fora, surpreende-me que não haja uma dedicada às calinadas.


Os que proferem calinadas a um ritmo superior ao da degola dos perus em véspera de Natal, receberiam isenção do pagamento da licença de feira e um bónus: a autorização de utilização do selo da infalibilidade que Sua Santidade deixou de usar, que lhes seria facultada em exclusivo.

Os amantes das asneiradas poderiam debitar todas as atordoadas que quisessem, sem que ninguém lhes assacasse responsabilidade alguma por aquilo que dizem. O direito a franzir o nariz perante as enormidades proferidas, seria revogado, sendo os oradores livres de dizerem as baboseiras que quisessem.

Reforçar a resiliência dos ouvintes e treiná-los para que em vez de se aborrecerem se divertissem com os dislates, seriam objectivos mais do que válidos para a realização dessas feiras/festivais, desde que as palermices fossem só ditas e despejadas nesses dias e nesse espaço, reservado às pérolas chochas.

Como não se espera para breve a realização de um acontecimento deste cariz, pede-se aos que militam nestas hostes, que tenham dó dos ouvintes e não os condenem a penar na terra, o que um dia terão eventualmente de sofrer no inferno.



 Jorge C. Chora

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