segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A LISBOA DOS TUC-TUCS



Ei-los que trepam, envoltos em fumo e ruído, as ruas e vielas dessa Lisboa, conduzindo os seus triciclos motorizados, semelhantes a besouros zumbindo em colmeias povoadas.

Abrem caminho apitando aqui e acolá, tentando afastar das estreitas vias, os pedestres que circulam em magotes descontraídos.

Jovens arquitectas(os), historiadores(as), engenheiras(os) ou filósofas conduzem os tuc-tucs em marchas rápidas, para gáudio dos estrangeiros, também jovens geralmente, por essa velha Lisboa dos bairros típicos.

Abrandam, explicam e encantam com detalhes de Alfama, Martim Moniz ou Mouraria. Deliciam os turistas com o que mostram e possibilitam-lhes vivenciar, em segurança, cheiros exóticos que lhes avivam memórias de outras paragens, com a enorme vantagem destes só se misturarem com o cheiro a bafio dos velhos bairros, em vez do fedor a urina de muitos mercados orientais e da insegurança de inúmeros souks por esse mundo fora.

Em relação aos tuc-tucs orientais, os de Lisboa são infinitamente mais seguros, limpos e dispensam os passageiros de trazerem uma muda de roupa interior, como precaução, em relação às correrias loucas dos seus congéneres tailandeses.

Jorge C. Chora

1/01/2018

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