quinta-feira, 10 de novembro de 2022

UM PORTIGUÊS DESENRASCADO

 

Há alguns anos, um pescador contratado para substituir um colega na faina piscatória para as bandas do Alasca, teve de deslocar-se sem a companhia de nenhum colega.

O profissional em questão, não falava nem inglês, nem francês e em relação ao português, com alguma atenção por parte dos ouvintes, entendia-se o que queria.

Ao chegar a Anchorage, ia morto de fome. Entrou num restaurante e quando o empregado lhe perguntou o que queria, não esteve com meias medidas: abriu os braços e pôs-se a cacarejar:

-Cócórócó… e levantava os braços.

O empregado não teve dúvida nenhuma: trouxe-lhe um frango.

Já com a comida na sua frente, levantou o polegar e fez o gesto de querer beber. O empregado coçou a cabeça. Mas que bebida quereria o cliente?

Abriu as mãos e afastou os braços, como que a perguntar qual a espécie de bebida quereria. O português, de imediato, antes que lhe trouxessem água ou outra bebida esquisita, voltou a levar o polegar à boca e balanceou-se para a esquerda e para a direita.

-Wine? -questionou o empregado.

Esta palavra, não era a primeira vez que ouvia e sabia ser exatamente o que queria. Levantou os dois polegares e de imediato lhe trouxeram uma garrafa de vinho.

Para pagar, também não precisou de ser versado em línguas. Na palma da mão fingiu rabiscar e trouxeram-lhe a conta.

Não sei se a história é verdadeira ou um simples mito do desenrascanço nacional, mas não me custa nada a acreditar pois se algum de nós estivesse na Rússia atual (Livra!) e quisesse comer, não tenho qualquer dúvida que nos safaríamos assim!

 

Jorge C. Chora

10/11/2022

Sem comentários:

Enviar um comentário