Há muitos anos existiu um restaurante na Amadora, na freguesia da Mina, que hoje ainda existe, mas tem outro nome e já teve inúmeros proprietários.
Na altura, o
restaurante pertencia ao sr. José Mangas e o sr. Carlos era o empregado.
Num dia em
que não havia muito movimento, à porta apareceu um casal de estrangeiros. Não
falavam português e ainda hoje não sabem qual era a sua língua natal.
Mostraram-lhes
o menu, mas foi o mesmo que nada.
Não lhes
dava jeito nenhum que o casal não jantasse e os perdessem como clientes, nesse
dia em que o movimento até estava a ser fraco.
O sr. Carlos
foi buscar uma travessa, uma vela e uma panela vazia. Apontou ao casal um prato
de bacalhau que estava na montra, enquanto acendia a vela por baixo da
travessa. Por outro lado, mostrou-lhes a panela e a decisão do casal foi
imediata: apontaram para a travessa de bacalhau com a vela por baixo.
- O sr.
Carlos faz-lhes o sinal de ok e informou – bacalhau assado.
E o casal
confirmou:
-“Baclau
asado”.
Comeram,
beberam e adoraram o pitéu.
No final,
para mostrarem o seu agrado, gratificaram o empregado com uma gorjeta de
trezentos escudos, que era o troco que iam receber.
Trezentos
escudos, na época, era a renda de uma bela casa!
Ainda hoje o
sr. Francisco suspira por outra igual, mas não tem sorte nenhuma!
Outros
tempos!
1/11/2022
Sem comentários:
Enviar um comentário