O cheirinho a
frango assado proveniente da caixa onde o transportava, chegava-lhe ao cérebro.
De repente,
uma força malévola nascida no estômago, levou-o a abrir a caixa, levar uma
perna do frango à boca e devorá-la num ápice.
Depois de a
comer é que caiu em si. E agora o que vou dizer lá em casa? Todos gostam de
perna e como vou justificar este meu ato devorador?
Até casa foi
pensando no que dizer, qual a peta que iria pregar, mais ou menos credível para
não ouvir a reprimenda mais que certa.
Ao chegar, a
mesa já estava posta e a travessa só esperava o frango para se dar início à
refeição. A mãe abriu a caixa e foi dispondo os pedaços, artisticamente, em
torno do puré. Ao dar por falta de uma das pernas, exclamou:
-Oh! Só há
uma perna!
-Também
estranhei, mas o senhor do restaurante disse-me que a galinha era coxa!
O irmão mais
novo, sabendo da ratice do mano velho, aproveitou a ocasião para, sem ninguém
ver, espetar e comer as moelas e fingir-se muito surpreendido:
- Para além
de coxa, era deficiente porque não tem moelas!
O comilão da
perna, quase deu uma gargalhada, mas conteve-se. Percebeu de imediato a
estratégia do mais novo.
Os pais
fingiram acreditar nas patranhas e comentaram:
- Bom, vamos
comer o que o frango deficiente ainda nos pode oferecer!
Jorge C.
Chora
11/11/2022
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