Escreveu uma
carta de amor,
sem
destinatário.
Selou-a como
um beijo
e entregou-a
ao vento para a deixar,
ao acaso,
como se fosse uma mensagem
numa garrafa
atirada ao mar.
Esperaria
pela resposta o tempo necessário.
O vento, desorientado,
levou-a e trouxe-a de volta,
entregando-a
à sua vizinha do andar debaixo.
Ela
bateu-lhe à porta e disse-lhe:
-Não sabia
que eras enamorado por mim,
tal como eu
sou por ti. Subo eu ou desces tu?
E o vento
saiu soprando de alegria,
por mais uma vez ter acertado nos tímidos
amores entre
vizinhos!
Jorge C. Chora
13/11/2024
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