sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

OS DEGRAUS DA VIDA

 

Na vida há degraus

e tal como numa escada,

podemos subir ou descer.

Subimos e capturamos,

os ovos no ninho, magoando a progenitora;

descemos e cuidamos do passarinho

ferido e tornamos a subir,

colocando-a junto aos ovos,

para continuar a chocá-los.

Tal como na vida, a decisão é sua:

Subir roubando ovos ou chegar ao topo

respeitando a vida e os outros.

 

             Jorge C. Chora

              28/02/2028

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

O PODER DAS OLIGARQUIAS

 

O PODER DAS OLIGARQUIAS

São três as mais poderosas,

que em jogos de poder,

ameaças, chantagens e mentiras

pretendem dominar o mundo.

Para além da Rússia e da China,

juntaram-se-lhes os Estados Unidos,

outrora defensor da democracia

e hoje, pela concentração dos três

poderes num só, se tornou a terceira,

servindo os magnatas, os seus negócios e interesses.

Capitular perante este quadro,

dizendo que não vale a pena votar,

que a verdadeiras democracias nada podem fazer,

que já não há extrema-direita nem esquerda,

é entregar de antemão o ouro ao bandido,

é pactuar com o retrocesso civilizacional,

acreditar em patranhas da ficção de que

as máquinas já dominam o Homem, quando este

pode destruí-las quando quiser, ou criar outras que as destruam.

Estamos a viver na época da falta de pudor, do latrocínio puro,

onde se rapina, se assassina e se comete genocídio, acreditando na impunidade e na impotência do tribunal penal internacional!

Oxalá se enganem. A História regista.

Jorge C. Chora

24/02/2025

sábado, 22 de fevereiro de 2025

FADISTAR

 

 


 

Fadistar,

 era o seu modo de estar,

a sua maneira de amar,

o seu permanente cantar.

Roberto, após o seu trabalho,

com a sua guitarra às costas,

proclamava:

- Vou fadistar!

Bailavam-lhe os versos,

e os ternos gemidos da sua guitarra,

carinhosamente tangida,

por este poeta-fadista no seu fadistar.

Não havia mulher que não amasse,

a quem não dedicasse as canções

e os fados, fosse ela a Júlia, a Amália,

a Ana ou a mais tirana de todas, a linda Vera.

As serenatas noturnas penalizaram-no

com uma pneumonia, mas não deixou,

mesmo assim, de sair e cantar todas as noites.

Internado quando já nada havia a fazer,

faleceu a cantarolar, confidenciou uma enfermeira.

À sua viagem final, compareceram as mulheres

a quem amava, com exceção da Vera, a mais amada.

Carolina, a sua empregada, acompanhada da fiel gata

de Roberto, não o deixou partir sem a companhia da sua guitarra,

não fosse ele precisar dela para, quiçá, continuar a fadistar no lugar para onde ia.

                             Jorge C. Chora

                                 22/02/2025

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

ESQUECER

 

Se esquecer,

é decisão tomada

e assumida,

é estratégia de mudança,

sinal de assim querer,

então vive em liberdade.

Esquecer sem querer

e sem se lembrar,

de se ter esquecido,

é perder a liberdade

de pelo menos se lembrar

de se ter esquecido.

Jorge C. Chora

20/02/2025

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

O GABIRU


Chocalhava a lata,

 mostrando o quão

poucas esmolas

lhe tinham dado,

 e ia dizendo:

- Ela está quase vazia,

tal como aminha barriga.

Encostado a uma esquina,

 o homem que à sua custa vivia,

observava as doações.

Logo que a lata ia a meio,

 lá do canto, saltava o dito

e levava-lhe a lata.

- Vá atrás dele! - incentivavam

os que tinham visto a cena.

- Não posso – e levantou ligeiramente a manta

que lhe cobria as pernas, mostrando

estar de cuecas, tapando-se de imediato.

-Então veio para aqui assim?

- Não, ele fica com a saia! - e só daqui saio,

quando ele entende que já há mais dinheiro!

-E por que não trabalha e o manda passear?

- Porque ele não deixa. Diz que não sabe

com quanto dinheiro fico e tem medo de ser roubado!

Jorge C. Chora

19/2/2025

 

 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

JANDIRA

 

JANDIRA

Jandira é mulher rainha,

de rabo grande e majestoso:

 abana-o e perfuma a sala,

não com o fedor intestinal,

mas com aromas ímpares,

cheirosos e assaz sugestivos,

despertadores de certas sensibilidades,

do aí Jesus, aqui vou eu, agarrem-me

ou perco-me nas suas aromáticas protuberâncias!

Jorge C. Chora

18/02/2025

sábado, 15 de fevereiro de 2025

SERES HUMANOS OU RÉPTEIS?


O SER  HUMANO, FOI CRIADO PARA AMAR E SER AMADO(A), INDEPENDENTEMENTE DO GÉNERO A QUE PERTENCE.

OS SERES QUE FAZEM QUESTÃO EM NÃO AMAR, NEM SEREM AMADOS POR NINGUÉM, SERÃO HUMANOS?

JORGE C. CHORA

15/02/2025 

O AMOR NÃO SE ESCONDE


Os versos que escreveste

e nunca os disseste

à pessoa a quem os destinaste,

nunca por outra foram ouvidos.

Passou-se o tempo,

escasseou-te a coragem,

mas nunca te faltou a oportunidade

de lhos dizeres, cara a cara.

Hoje, mais uma vez, estiveste à sua beira,

mas mesmo que os quisesses dizer,

ela não te ouviria, pois seguia vestida de noiva,

rodeada de convidados,

com o marido que conhecera recentemente.

Ficaram-te presos na garganta e no coração,

os versos escritos, a ela destinados

e nunca por outra ouvidos,

por teres escondido o que nunca se esconde:

o amor que se sente por alguém que se ama!

             Jorge C. Chora

               15/02/2025

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

TONTEIRAS

 

De tonteiras está

o mundo a abarrotar,

há quem as diga dia a dia,

ocupando lugares cimeiros,

como se fosse uma pitonisa desnorteada,

sem temer nada nem ninguém,

 dizendo convicto:

- Sou rei, sou rei… faço e desfaço as leis,

Internacionalmente acordadas,

a meu belo prazer, sem dar cavaco a ninguém!

        Jorge C. Chora

       12/02/2025

SÓ POR SER 14 DE FEVEREIRO


No dia 14 de fevereiro,

façam o que nos outros dias fazem:

beijem-se nos lábios e nos sítios costumeiros.

Não é por ser o 14 que deixarão de se mimarem

ou se lembrarem de o fazer, só por ser dia14.

No dia de Stº António, também é dia de se amarem

antes e depois disso, há bocas e nádegas

para se beijarem e faltas para quem não o fizer.

Beijem-se, amem-se, em casa, no carro, na praia,

no campo, onde quiserem, amar é uma bênção,

 talvez a maior e mais preciosa que Deus nos deu!

Jorge C. Chora

                      12/02/2025

domingo, 9 de fevereiro de 2025

O DIA EM QUE VISITEI A MINHA AMADA

 

Em dia de calmaria,

convidou-me o mar

a visitar o meu amor

 na outra margem de lá.

 Afoito, fiz-me marinheiro,

mas bastaram-me três ondas,

ainda pequenas, para enjoar.

Intercederam a meu favor

as sereias, irmãs do meu amor.

Veio o vento de feição e as ondas de popa,

embalando-me suavemente

para os braços de quem me ama.

Quando quis regressar,

para nada me valeu o vento, ´

muito menos as irmãs sereias,

tinham todas desertado,

e me deixado nos braços da minha amada.

 

            Jorge C. Chora

             9/02/2025

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

E DE QUEM É A CULPA?

 

Quem pouco ou nada faz,

aos deuses pede um colega,

igual ou diferente de si,

para assim o poder culpabilizar,

de tudo de errado for feito,

e todos acreditam na palavra,

de quem nunca nada fez,

poder algo de errado agora fazer!

         Jorge C. Chora

             7/02/2025

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

AAIM VAI O MUNDO

 


Anda o mundo boquiaberto,

com as notícias matinais,

incluindo os que lá o colocaram

e agora se interrogam,

sobre a asneira que fizeram.

Mal se levanta, promete

 o inacreditável, como conquistas

tinhosas de terras aliadas,

anexações de países mais civilizados

do que o “seu”, conquistas de canais,

apoderar-se estados que nunca lhe pertenceram,

para os transformar em campos de férias,

expulsando os habitantes,

para países onde que nunca foram cidadãos!

São tantas e tão poucas as surpresas diárias

que ninguém se espantaria, de um dia o manda chuva

acordar e declarar os oceanos como propriedade sua,

 e decretar impostos sobre o usufruto da luz solar:

quem tiver mais horas de exposição solar pagará mais!

estando os países” amigos” isentos de tal imposto!

Ria-se, ria-se… mas quando tiver de pagar…

            Jorge C. Chora

                 6/02/2025

domingo, 2 de fevereiro de 2025

REFÚGIO


Quem a quer encontrar,

sabe onde a procurar,

faça chuva ou faça sol,

seja dia ou de noite,

acha-a no meu peito.

É lá que ela habita

e se resguarda

em dias tempestuosos

e repousa em dias de calmaria.

Quem a quer achar,

sabe onde a encontrar,

é sempre no meu peito

até um dia se cansar,

que eu dela nunca me canso!

e nele pode eternamente habitar.

 

         Jorge C. Chora

            2/o2/2025

sábado, 1 de fevereiro de 2025

O ESPETÁCULO DA GAIVOTA

 

Vejo no telhado em frente

à minha janela, uma gaivota

gingando, quase desfilando,

como numa passerelle.

De vez em quando pára e olha-me.

Vira-me o rabo, espeta-o para o céu,

olha-me por cima do ombro

e só não juro que me pisca o olho,

por não ter a certeza de ser só um trejeito.

Acho graça, mas não aplaudo.

Erro meu, ignorei a vaidade da artista!

Agora, olha-me quase com desdém,

que eu percebo e aceito, por não lhe ter batido palmas,

nem ter sabido apreciar e louvar o ego da artista, algo

inaceitável para qualquer atriz que se preze!

                       Jorge C. Chora

                           1/02/2o25