Uma velha e muito bem-posta senhora, consumiu um lauto pequeno-almoço: croissants com doce de amoras silvestres, sumo de laranja natural, iogurte de frutas e um café. Ao seu lado estava sentada uma jovem que acabara de tomar uma bica e abrira uma revista.
A idosa olhou languidamente em seu redor e, como quem não quer a coisa, trocou o seu cartão de despesa pelo cartão da parceira ao lado.
Levantou-se, tão veloz quanto um relâmpago, dirigiu-se ao caixa a quem apresentou, com o melhor sorriso, o cartão:
-Por favor, quero pagar a minha conta…
-Com certeza “Madame” – atendeu-a o sempre prestável octogenário, sócio da pastelaria e mestre em salamaleques.
Quando ia passar a banda magnética do cartão pela máquina, reparou nos acenos da jovem da mesa. Ela mostrava-lhe o cartão de despesa, apontava para a cliente e, em seguida, fazia um gesto de troca.
Tendo percebido a situação o cavalheiro remediou a situação:
-Peço desculpa… a jovem da mesa 9 agradece-lhe a oferta do café, mas alerta-a para o facto de se ter esquecido do cartão da sua despesa na mesa.
A senhora armou o melhor sorriso e respondeu-lhe:
-Veja lá a minha cabeça! Faça o favor de me fazer as contas correctas e de acrescentar o café da jovem… - e saiu a murmurar, de modo a não ser ouvida, contra” o estafermo da miúda”.
Jorge C. Chora
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
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As manhas não têem idade...
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÉ pena que muitas vezes não consigamos trocar as voltas às "velhas senhoras" que por aí andam.Mas...
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