Depois da conversa posta em dia, dos medicamentos aviados, de todos os conselhos pedidos e satisfeitos, da conta feita, chegou o momento de pagar.
-Querem lá ver… não tenho aqui dinheiro…não sei o que fiz à carteira! E agora? – e a senhora rebuscava os seus bolsos e a mala, sem sucesso.
Calmamente diz-lhe o ajudante da farmácia que a atendia, em tom de brincadeira:
-Deixe lá minha senhora, não se preocupe, não há qualquer problema…não leva os medicamentos e está resolvida a situação…
A senhora nem o ouviu, ocupada na sua busca infrutífera.
O ajudante espreita por cima do balcão, na direcção do pequeno e velho cão que a cliente trazia à trela e volta à carga:
-Minha senhora já procurou no bolso do cão?
-Que disparate…não brinque que isto é sério!
Nesse preciso momento o cão, que estava de costas para o balcão, volta-se e mostra a carteira que tinha presa na boca.
-“Queriducho”, vales mais do que uns e outros… -e quase fulminava o interlocutor com o olhar, sem que este sequer se apercebesse, perdido de riso como estava.
Ainda o cão não tinha transposto a porta, quando estanca, volta-se para trás e pisca o olho ao ajudante que se engasgou e do riso passou a tossir desalmadamente.
Jorge C. Chora
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
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Quando se tem ajudas assim...
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