quinta-feira, 17 de março de 2011

O homem que fazia tudo bem e depressa

Gabava-se de fazer tudo depressa e bem. Ninguém o vira fazer fosse o que fosse e muito menos depressa. Quando o interrogavam sobre essa sua afirmação, sorria e dizia:

-Então não sabem que depressa e bem não há quem!

-Mau, então por que continua a dizer que faz tudo depressa e bem?

-Porque o faço em pensamento!

-Mas isso não vale! É batota! – reclamavam os ouvintes.

-Por isso me chamam …

- Aldrabão? batoteiro?… - alvitraram.

Os ouvintes olharam-no ainda mais desconfiados quando o viram iniciar a subida dos degraus da igreja.

-O que é que ele vai fazer? – interrogaram-se, surpresos, ao vê-lo entrar no templo.

Três minutos e alguns segundos depois, cronometrados pelo “Bigodes”, o mais intrigado dos espectadores, saiu ligeiro, em passo atlético ,o homem que fazia tudo bem e depressa.

-Foi confessar-se? Tão depressa? – questionaram-no os curiosos que o aguardavam.

-Não, fui rezar e se acham que foi pouco tempo, fiquem sabendo que ofereci ao Senhor nada mais, nada menos, do que noventa orações…

-Noventa orações em três minutos? – espantaram-se os presentes.

-Claro! Éramos trinta crentes, contando comigo, e rezámos três Avé Marias cada um… o que perfaz uma oferta de noventa orações em tempo recorde. A conta está certa!

Jorge C. Chora

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