Guerrearam-se
para se instalarem na grande cadeira de braços. Ao fim de uns minutos
descobriram que cabiam os dois e refastelaram-se. Olharam para a avó e pediram:
-Conta-nos
aquela história -e apontaram o livro colorido.
Desfolhou a
avó as primeiras páginas e parou na primeira figura, representando pintainhos e
ovos no ninho.
-Os
pintainhos nascem dos….- E suspendeu a frase, esperando que eles a acabassem.
- Dos
ovinhos … -completaram Francisco e a Matilde.
E as páginas
foram sendo viradas, surgindo uma couve e uma cenoura.
-Para o
burro… - gritou o Francisco, excitado, recordando-se dos animais da quinta da
vizinha dos avós, a que ele dera cenouras e couves à mão.
-Muito bem -
incentivou a avó – apontando para a outra figura que mostrava um prato de sopa
e perguntando para que serviam também as ditas couves.
A reacção
dos pequenitos não se fez esperar. Fugiram da cadeira-trono a sete pés, com os
rabos cheios de fraldas, a gritarem em uníssono:
-Sopinha
não! Sopinha não!
Não fosse o
diabo tecê-las, durante dez minutos, ninguém mais deu pela presença dos miúdos.
Jorge C.
Chora
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