sábado, 17 de janeiro de 2015

O requintado sabor da água da Fonte Velha

Theresa Magdalena, assim mesmo se grafava o nome da senhora, fazia questão de ser diferente, a começar pelo nome. Fora a sua querida “Bivó” que insistira na preciosidade e o defendera perante tudo e todos : até contra a opinião do vigário, na altura da imposição dos santos óleos do baptismo.

Magdalena, herdou a paixão pelas “coisas boas”. Só o melhor a podia satisfazer, fosse em que área fosse. A mais recente exigência relaciona-se com a utilização de água, proveniente da Fonte Velha.
Se ela já utilizava a água da referida fonte, agora passou ainda a gostar mais dela e publicita-a:

- O seu sabor está mais requintado, diria mesmo, aromatizado. As batatas nela cozidas, são magníficas, sou capaz de afirmar, que têm um certo paladar a queijo!

No casarão muitos partilhavam a opinião da Exmª  Srª D. Theresa, com excepção da empregada , casada com Abel, o pastor local.

-Olha Abel, mandei-te lavar os pés na fonte e tudo aquilo mais que nós sabemos, antes de regressares a casa. Continua a fazer a tua higiene, não te quero fedorento , além de que poupo nas contas de água, mas está caladinho e evita a todo o custo que alguém te veja!

E ainda hoje, a água da fonte velha é utilizada na grande e magnífica casa da Srª  D. Theresa  Magdalena, que não passa sem os h(s) e os (g)s do seu nome  e muito menos sem os aromas e sabores tão requintados.

V.Exas. também são consumidores de tão afamada água?

Jorge C. Chora




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