Theresa Magdalena, assim mesmo se grafava o nome da senhora,
fazia questão de ser diferente, a começar pelo nome. Fora a sua querida “Bivó”
que insistira na preciosidade e o defendera perante tudo e todos : até contra a
opinião do vigário, na altura da imposição dos santos óleos do baptismo.
Magdalena, herdou a paixão pelas “coisas boas”. Só o melhor
a podia satisfazer, fosse em que área fosse. A mais recente exigência
relaciona-se com a utilização de água, proveniente da Fonte Velha.
Se ela já utilizava a água da referida fonte, agora passou
ainda a gostar mais dela e publicita-a:
- O seu sabor está mais requintado, diria mesmo, aromatizado.
As batatas nela cozidas, são magníficas, sou capaz de afirmar, que têm um certo
paladar a queijo!
No casarão muitos partilhavam a opinião da Exmª Srª D. Theresa, com excepção da empregada ,
casada com Abel, o pastor local.
-Olha Abel, mandei-te lavar os pés na fonte e tudo aquilo
mais que nós sabemos, antes de regressares a casa. Continua a fazer a tua
higiene, não te quero fedorento , além de que poupo nas contas de água, mas
está caladinho e evita a todo o custo que alguém te veja!
E ainda hoje, a água da fonte velha é utilizada na grande e
magnífica casa da Srª D. Theresa Magdalena, que não passa sem os h(s) e os
(g)s do seu nome e muito menos sem os
aromas e sabores tão requintados.
V.Exas. também são consumidores de tão afamada água?
Jorge C. Chora
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