Já bem bebido e muito alegre com a sorte que lhe coubera na lotaria, numa taberna repleta de gente conhecida, comentou bem alto:
- Este vai
direitinho para a lata que tenho enterrada no jardim, em baixo da figueira!
Nunca acreditei nos bancos, ainda por cima nos tempos que correm!
Dito e
feito. Chegou a casa e juntou, ao dinheiro que tinha na lata, o do prémio já
levantado e tornou a enterrá-la, no sítio do costume.
Um belo dia
precisou do dinheiro. Pegou na pá, foi direito à figueira e escavou, escavou,
até ele próprio caber na cova e não encontrou a lata, mas um artefacto gigante
das Caldas.
Coçou a
cabeça e disse para os seus botões: esqueci-me foi onde enterrei a porcaria da
lata!
Passados uns
anos, quem passa pelo seu jardim, observa, de dez em dez centímetros, uma cova.
O homem ainda não perdeu a esperança de encontrar a lata, onde tinha todo o seu
pecúlio!
E na
taberna, perguntam-lhe amiúde, misturado com sorrisos de hiena:
-Então já
encontraste a tua lata?
Jorge C.
Chora
18/1/2023
Sem comentários:
Enviar um comentário