Na cidade do
Porto, pátria da defesa das liberdades, nasceu um grupo iluminado, que quer
mandar às urtigas a bela estátua de Camilo, da autoria de Francisco Simões. O
motivo alegado não colhe e é, na minha opinião, insensato, e indigno de tão
ilustres munícipes.
Concordaria
se a mulher nua, representativa da Mulher na obra de Camilo, segundo o seu
autor, tivesse uma das nádegas maior do que a outra, fosse enorme e disforme,
não honrasse o bom gosto de Camilo.
Em Lisboa,
no cimo do parque Eduardo VII, com a melhor vista da cidade na minha opinião,
João Cutileiro, homenageou a Revolução de Abril, com um enorme símbolo fálico,
simbolizando o vigor da mesma.
É de bom tom,
um intercâmbio cultural entre as duas capitais. Para Lisboa viria a estátua de
Camilo, que estou certo, deliciaria os lisboetas e para o Porto o símbolo
fálico, que consideram o São Car(v)alho o pai da humanidade e o invocam com a
maior candura e devoção, a propósito de tudo e de nada.
Nada me move
contra o Porto, cidade que adoro e era a terra do meu avô materno, sendo o meu
outro avô do Alentejo onde pontifica o São Cabrão, que também lá não é asneira
nenhuma.
Fica a
sugestão e perdoem-me ter-me permitido ir contra a opinião de tão sábios grupos
iluminados, embora despóticos.
Peço
antecipadamente desculpas pela minha ousadia.
Jorge C.
Chora
15/9/2023
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