domingo, 3 de dezembro de 2023

GUILHERME E A LARANJEIRA BRAVA


 

Nasceu de um caroço

lançada por um moço,

ninguém a enxertou

e a laranjeira brava ficou.

Guilherme adorava-a:

Da sua janela via-a,

logo ao acordar,

 e ao pé dela ia brincar;

colher laranjas e atirar,

com os amigos guerrear

e depois à sua beira descansar.

Quando se reformou,

e a casa voltou,

a laranjeira encontrou,

triste e quase a morrer

porque ninguém a cuidou.

- Força minha amiga,

não te deixes morrer!

- Já não sirvo para nada…

- Enganas-te minha amiga…

E começou a colher as laranjas.

- Não me digas que as vais atirar a alguém!

espantou-se a velha laranjeira.

- Não, longe disso, elas são preciosas…

E a laranjeira selvagem nada

disse, mas pensou: “o meu amigo

 não está bom da cabeça,

estas laranjas não se comem”

No dia seguinte, Guilherme

apresentou-lhe um doce de

laranja amarga e disse-lhe:

- Doravante todas as tuas laranjas

vão ser comidas e apreciadas,

 e nem uma só desperdiçada!

E sabes quem são os apreciadores?

-Não…

-Os que utilizavam as laranjas como munições,

 no jogo dos polícias e ladrões e não só!

A laranjeira, passou, de orgulho recuperado,

a duplicar as laranjas que até aí lhes tinha dado.

       Jorge C. Chora

          3/12/2023

Sem comentários:

Enviar um comentário