Nasceu de um
caroço
lançada por
um moço,
ninguém a
enxertou
e a
laranjeira brava ficou.
Guilherme
adorava-a:
Da sua
janela via-a,
logo ao
acordar,
e ao pé dela ia brincar;
colher
laranjas e atirar,
com os
amigos guerrear
e depois à
sua beira descansar.
Quando se
reformou,
e a casa voltou,
a laranjeira
encontrou,
triste e
quase a morrer
porque
ninguém a cuidou.
- Força
minha amiga,
não te
deixes morrer!
- Já não
sirvo para nada…
- Enganas-te
minha amiga…
E começou a
colher as laranjas.
- Não me
digas que as vais atirar a alguém!
espantou-se
a velha laranjeira.
- Não, longe
disso, elas são preciosas…
E a
laranjeira selvagem nada
disse, mas
pensou: “o meu amigo
não está bom da cabeça,
estas
laranjas não se comem”
No dia
seguinte, Guilherme
apresentou-lhe
um doce de
laranja
amarga e disse-lhe:
- Doravante
todas as tuas laranjas
vão ser
comidas e apreciadas,
e nem uma só desperdiçada!
E sabes quem
são os apreciadores?
-Não…
-Os que utilizavam
as laranjas como munições,
no jogo dos polícias e ladrões e não só!
A laranjeira,
passou, de orgulho recuperado,
a duplicar as
laranjas que até aí lhes tinha dado.
Jorge C. Chora
3/12/2023
Sem comentários:
Enviar um comentário