Levanta-se
de madrugada,
ainda a
noite está calada,
à filha dá a
mamada
ao filho a
refeição preparada.
Ainda
ensonada,
veste os
filhos semiadormecidos,
corre para
apanhar
o autocarro
que chega atrasado,
também
parece cansado!
Chega à
escola afogueada
e encontra-a
fechada,
na portaria
está afixada
uma nota
esclarecedora:
Estamos
fechados,
pedimos
desculpa pelo transtorno.
Com os
filhos pendurados,
sem os poder
levar para o trabalho,
regressa a
casa transtornada
num
autocarro lotado
com uma
criança ao colo
e a outra
pela mão agarrada
de pé e nada
equilibrada.
Telefona ao
patrão e ouve das boas:
-É sempre
assim com a mulherada,
há sempre
desculpas esfarrapadas!
No fim do
mês, já sabe,
menos um dia
de salário.
E a mulher
torna a pedir
desculpas,
ainda que sem culpa
e lê uma
mensagem,
acabada de
receber,
adiando pela
terceira vez
a consulta
de pediatria.
Nunca desejou
tanto
ser rica ou
remediada
e poder
mandar todos
à “bamerda”,
à semelhança
do que fez um
famoso
almirante, à varanda
do parlamento.
Jorge C. Chora
12/12/2023
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