quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

SE O ARREPENDIMENTO MATASSE

 

O homem nada possuía:

de seu, só ar e vento,

a rua e o relento.

O dinheiro de uma vida,

comera-lhe o banco,

num mau investimento,

em ações que nada valiam,

sem o seu consentimento.

Num simples piscar d’olhos,

passou de senhor, a senhor de nada,

tratado por um simples psst, ó tu!

Forçado a estender a mão à caridade,

dizia obrigado, a quem lhe desse ou não um tostão,

mas o que mais ouvia,

 era o que ele outrora dizia,

a quem na rua pedia:

Vai trabalhar malandro!

     Jorge C. Chora

 

    7/12/2023

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