quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

OS COMBOIOS DA LINHA DE SINTRA E A ESTAÇÃO DA AMADORA

 

Já lhe chamaram o dr. Sintra, tantos foram aqueles que morreram na linha, quando as passadeiras dos peões cruzavam os carris.

Uns por mera distração, outros por suicídio, mas houve também quem ficasse sem braços e sem pernas, enquanto trepavam para cima dos comboios e caíam.

Na Amadora, às horas de ponta, os passageiros que apanhavam o comboio para Lisboa e vice-versa, iam pendurados em cachos, no exterior do comboio, agarrados aos apoios das entradas, segurando malas, sacos e saquinhos, rezando a todos os santinhos para chegarem sãos e salvos ao seu destino.

As dores de barriga eram muitas e em caso de aflição, ao chegarem à estação, podiam socorrer-se das casas de banho existentes à superfície, quando a estação ainda não era subterrânea ou mesmo depois, quando deixou de ser, pois também havia casas de banho a funcionar.

Atualmente, quando há greves e poucos comboios, repetem-se os cachos de passageiros pendurados às entradas e as dores de barriga, mas só há duas soluções ao chegarem à Amadora: ou fazem nas calças ou as arreiam e fazem no chão, porque as casas de banho estão fechadas!

O mais certo é saírem borrados!

Jorge C. Chora

24/1/2024

 

 

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