TRISTEZAS
ESQUECIDAS
DE QUE
NÃO SE FALA
Vidas sempre
a poupar,
sem saídas
para jantar,
nem para ir
fora almoçar.
Fazer férias
longe de casa,
nem
pensar!
Caparica ou
Carcavelos,
já era
gozar.
Ir ao McDonald’s
era festejar.
A ordem era
poupar,
até uma
entrada conseguir,
para ao
banco poder ir,
e um
empréstimo pedir,
para com uma
segunda casinha sonhar
e mesmo
assim hipotecar,
a outra onde
estavam a habitar.
Ter sítio
onde ter férias com a família,
fins de
semana e um local para se retirar,
quando se
conseguissem reformar
e ter algo
para aos herdeiros legar.
De repente, por
matos não tratados,
galga um fogo
por pirómanos ateado
e o sonho
reduz-se a cinzas:
vai-se a
casa, as férias,
o legado dos
herdeiros,
o retiro da
reforma,
e ainda fica
a dívida do empréstimo.
E o pior é o
pensamento
que atribui
aos ricos, a posse
de segundas
habitações,
e a
facilidade de as reconstruirem
enquanto o
diabo esfrega um olho!
PS. Claro
que as primeiras habitações, os terrenos agrícolas, as alfaias e a fábricas,
terão de ter prioridade. Mas, quanto às segundas habitações, os bancos e os
seguros, devem ser pelo Estado vigiados e acompanhados, para que não se agrave
a desgraça dos proprietários das perdas das segundas habitações e uma vida de
trabalho e sacrifícios não se evaporem.
Jorge C.
Chora
29/9/2024