domingo, 29 de setembro de 2024

TRISTEZAS ESQUECIDAS DE QUE NÃO SE FALA.

 

TRISTEZAS ESQUECIDAS

               DE QUE

          NÃO SE FALA

 

Vidas sempre a poupar,

sem saídas para jantar,

nem para ir fora almoçar.

Fazer férias longe de casa,

nem pensar!

Caparica ou Carcavelos,

já era gozar.

Ir ao McDonald’s era festejar.

A ordem era poupar,

até uma entrada conseguir,

para ao banco poder ir,

e um empréstimo pedir,

para com uma segunda casinha sonhar

e mesmo assim hipotecar,

a outra onde estavam a habitar.

Ter sítio onde ter férias com a família,

fins de semana e um local para se retirar,

quando se conseguissem reformar

e ter algo para aos herdeiros legar.

De repente, por matos não tratados,

galga um fogo por pirómanos ateado

e o sonho reduz-se a cinzas:

vai-se a casa, as férias,

o legado dos herdeiros,

o retiro da reforma,

e ainda fica a dívida do empréstimo.

E o pior é o pensamento

que atribui aos ricos, a posse

de segundas habitações,

e a facilidade de as reconstruirem

enquanto o diabo esfrega um olho!

 

PS. Claro que as primeiras habitações, os terrenos agrícolas, as alfaias e a fábricas, terão de ter prioridade. Mas, quanto às segundas habitações, os bancos e os seguros, devem ser pelo Estado vigiados e acompanhados, para que não se agrave a desgraça dos proprietários das perdas das segundas habitações e uma vida de trabalho e sacrifícios não se evaporem.

 

Jorge C. Chora

29/9/2024

 

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