Soube de uma
casa em Lisboa
e decidiu
alugá-la, fosse má ou fosse boa,
ainda mesmo
sem sequer a ver.
Precisava
dela para se poder casar.
Deu vinte
mil por conta, e comprometeu-se
a pagar dois mil e quinhentos euros,
mensalmente, até ao dia oito de cada mês.
Assinou o
contrato e foi até lá.
Temeu pela
vida ao subir as escadas,
tão podre
elas estavam, tresandavam a mofo
e a fritos
entranhados, de sardinhas e carapaus.
A casa não
tinha cozinha nem casa de banho.
Cozinhava-se
num canto e o wc era numa espécie de varanda,
num cubículo
com uma pia para evacuar de cócoras, e chuveiro
por cima da dita
pia, tendo ao lado uma torneira,
destinada a
lavar os dentes e o rabo também.
Perante a
surpresa demonstrada pelo futuro inquilino,
consolou-o o
vendedor avençado:
- Não se
preocupe, com o dinheiro que lhe vai sobrar, depois
da renda
pagar, pouco terápara para comer,
e quem não
come, pouco tem para evacuar!
Quanto aos
banhos, querido inquilino, ninguém vai notar.
tome ou não
tome, vai sempre cheirar a mofo ou a sardinha assada!
Caso não
queira a casa, temos uma extensa lista para a alugar.
Jorge C.
Chora
1/7/2024
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