segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

"REDON" OU "JÁ TE VI"


Há dois ou três anos, conheci um casal brasileiro de uma simpatia extrema, enquanto assistíamos ao render da guarda em Belém. Conversámos e logo após a substituição dos guardas, sugeri-lhes que vissem o espectáculo a cavalo do esquadrão da G.N. R.,que finalizaria a sua participação frente ao palácio, e que teria a sua apresentação, no jardim Vieira Portuense.

Gostaram das marchas tocadas a trote e a galope, do cruzamento compassado dos equídeos, da perícia dos cavaleiros.

Sendo já tarde, oferecemo -nos, eu e a minha mulher, para os conduzir ao hotel. Lá chegados, convidaram-nos para um almoço de marisco, numa conhecida marisqueira, bem em frente ao hotel. Delicadamente recusámos. Após alguma insistência, confessámos-lhes que em casa tínhamos “redon”.

Nilsa e Jorge, assim se chamam os membros do casal, mostraram-se surpreendidos:

-Não conhecemos esse prato no Brasil! Como é que ele é?

E a minha mulher, lá confessou : ”redon” significa o ” resto de ontem”.
D. Nilsa sorriu e disse:

-No Brasil chamamos aos restos de ontem “já te vi”.

Ficámos amigos. Jorge Miguel é professor universitário em S. Paulo, escritor e magistrado e D. Nilsa, professora aposentada e apreciadora de orquídeas. Ah! Jorge Miguel é um apaixonado pela língua portuguesa, pelas obras de Camões e de António Vieira.

Jorge C. Chora


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