Há dois ou três anos, conheci um casal brasileiro de uma
simpatia extrema, enquanto assistíamos ao render da guarda em Belém.
Conversámos e logo após a substituição dos guardas, sugeri-lhes que vissem o
espectáculo a cavalo do esquadrão da G.N. R.,que finalizaria a sua participação
frente ao palácio, e que teria a sua apresentação, no jardim Vieira Portuense.
Gostaram das marchas tocadas a trote e a galope, do
cruzamento compassado dos equídeos, da perícia dos cavaleiros.
Sendo já tarde, oferecemo -nos, eu e a minha mulher, para os
conduzir ao hotel. Lá chegados, convidaram-nos para um almoço de marisco, numa
conhecida marisqueira, bem em frente ao hotel. Delicadamente recusámos. Após
alguma insistência, confessámos-lhes que em casa tínhamos “redon”.
Nilsa e Jorge, assim se chamam os membros do casal,
mostraram-se surpreendidos:
-Não conhecemos esse prato no Brasil! Como é que ele é?
E a minha mulher, lá confessou : ”redon” significa o ” resto
de ontem”.
D. Nilsa sorriu e disse:
-No Brasil chamamos aos restos de ontem “já te vi”.
Ficámos amigos. Jorge Miguel é professor universitário em S.
Paulo, escritor e magistrado e D. Nilsa, professora aposentada e apreciadora de
orquídeas. Ah! Jorge Miguel é um apaixonado pela língua portuguesa, pelas obras
de Camões e de António Vieira.
Jorge C. Chora
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