sábado, 30 de janeiro de 2016

AS DUAS BORBOLETAS


Era uma vez duas borboletas irmãs que nasceram na mesma folha de medronheiro. Ambas tinham em comum o poderem mudar de cor, de forma muito rápida, não só quando estavam pousadas em folhas de cor diferente, mas também quando voavam. Uma era grande e a outra era pequena.

A grande passava o tempo esvoaçando sobre os pequenos animais do medronhal, alimentando-se das palmas que estes lhes batiam quando ela mudava de cor em pleno voo. A pequena, disfarçando-se, confundia-se com a vegetação, aproveitava-se da distracção dos espectadores e roubava-lhes as folhas mais viçosas, que eles tinham tido o trabalho de recolher e amontoar.

Indignados com a pequena borboleta, resolveram fingir-se distraídos com as peripécias da irmã e, mal ela pousou nas folhas que eles tinham juntado, saltaram-lhe em cima e quase a apanharam.

Riu-se a pequena borboleta, após ter conseguido escapar.

No dia seguinte, ninguém lhe ligou nenhuma quando ela lhes comeu o que eles tinham conseguido. Quando a irmã fazia as suas peripécias, passou-lhes muito próximo e os animais do medronhal, apanharam-na e castigaram-na severamente:

-Ora toma sua fingida…distrais-nos enquanto a tua irmã nos rouba…

E a borboleta grande nunca mais mudou de cor.

Jorge C. Chora


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