Queria ver na minha praceta, uma árvore grande e frondosa. Seria
um abrigo para os dias quentes ou para simples chuviscos, pouso de passarinhos,
local de repouso e de namoricos.
Trocá-la-ia por uma árvore de fruto e então colhê-los-ia
frescos e deliciosos. Uma laranjeira talvez, embora se fosse à vontade do
freguês… ah! então seria uma figueira e os figos, esses poderiam ser uns
quaisquer…Pensando melhor, porque não uns pingo-de-mel…
Só de nisso pensar, até já me ardem os beiços. Antecipo-lhes
o cheiro e o sabor, uma cesta deles, um cento para começar…
Ai que tenho de ir ao mercado e trazer, ao menos uma dúzia,
para matar as saudades que tenho dos figos pingo-de-mel.
Saio de casa e olho para a praceta. Há carros velhos
estacionados, óleo e cocó de cão no chão, lixo por todo o lado. Onde está a
minha figueira?
E um rato que por ali passava, olhou-me nos olhos e disse:
-Coitado que está "choné"! uma figueira! não querias mais
nada?
Jorge C. Chora
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