quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A ÁRVORE


Queria ver na minha praceta, uma árvore grande e frondosa. Seria um abrigo para os dias quentes ou para simples chuviscos, pouso de passarinhos, local de repouso e de namoricos.

Trocá-la-ia por uma árvore de fruto e então colhê-los-ia frescos e deliciosos. Uma laranjeira talvez, embora se fosse à vontade do freguês… ah! então seria uma figueira e os figos, esses poderiam ser uns quaisquer…Pensando melhor, porque não uns pingo-de-mel…

Só de nisso pensar, até já me ardem os beiços. Antecipo-lhes o cheiro e o sabor, uma cesta deles, um cento para começar…

Ai que tenho de ir ao mercado e trazer, ao menos uma dúzia, para matar as saudades que tenho dos figos pingo-de-mel.

Saio de casa e olho para a praceta. Há carros velhos estacionados, óleo e cocó de cão no chão, lixo por todo o lado. Onde está a minha figueira?
E um rato que por ali passava, olhou-me nos olhos e disse:

-Coitado que está "choné"! uma figueira! não querias mais nada?


Jorge C. Chora

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