A avó Gervásia tem e teve sempre alegria para dar e vender.
Ao pé de si ninguém está triste e os que estiverem deixam de estar.
Cruzou-se com a Amélia, de sete anos de idade, e achou-a
chorosa. Chamou-a e disse-lhe:
-Minha doce Amélia, não estou a gostar de te ver triste!
Abriu a carteira e deu-lhe um belo espelho, com uma condição:
-Sê vaidosa contigo própria. Vê-te todos os dias ao espelho.
Se não te estimares a ti própria, ninguém o fará. Começa agora.
E Amélia viu-se ao espelho e ao ver Gervásia franzir o nariz
e fazer-lhe uma careta, sorriu divertida.
-Vês Amélia, quem sorri tem a aprovação da lua, do sol e das
estrelas…
-Como assim avó Gervásia?
-É simples. Estás com um lindo sorriso de lua cheia, alegre
e viva como sol e os teus olhos cintilam
como estrelas.
Amélia tornou a olhar-se ao espelho e concordou:
-É verdade avó Gervásia! -E descansou a sua pequena cabeça
no ombro amigo da velha Gervásia.
Jorge C. Chora
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