domingo, 26 de fevereiro de 2017

CARNAVAL



Loura desnuda
de alvas e rijas carnes,
tendo à ilharga uma morena
que se saracoteia
e se transforma num doce pecado,
reluzente e escorregadia,
saborosa enguia,
festim aos olhos de quem aprecia,
demónio para quem a inveja
e desdenha.
E como a igualdade tem de ser
defendida, também há matulões
despidos, regozijo de mascaradas
que ninguém vê se estão entusiasmadas.
Que siga o carnaval,
com as suas picardias
e as horrorosas matrafonas.
Divirtam-se que amanhã
é outro dia,
 o regresso à salgalhada
e ao cartapácio de malfeitorias.


Jorge C. Chora

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