sábado, 14 de dezembro de 2019

A PROPÓSITO DE PALESTRAS OU DOS PRINCÍPIOS DO GOVERNADOR



Há uns anos assisti a uma palestra, na biblioteca Fernando Piteira Santos, na Amadora. O palestrante era o governador em exercício dos Rotários, naquele ano. Recordo-me do facto de  ter iniciado a sessão, citando três princípios a que uma comunicação pública deveria obedecer para ter sucesso, atribuindo a sua paternidade a um amigo ou a alguém de que já não me recordo.
Dizia o governador:

“- Em primeiro lugar, o orador deve estar em local bem visível;

-Em segundo, o discurso deve ser bem claro;

-Em terceiro, o discurso deve ser breve.”

Tinha toda a razão este comunicador. Os discursos de abertura de acontecimentos da mais variada índole, matam muitas vezes o próprio acontecimento que pretendem introduzir. De tal modo isto é assim que, muitas vezes, entre a introdução e a abertura, metade da assistência desaparece, só ficando aqueles que, por motivos vários, são obrigados a permanecer. Os que resistem, ficam de tal modo enjoados que se tornam, com frequência, incapazes de apreciar o que se segue.

Há bem pouco tempo fui vítima de um desses discursos, tendo-me retirado sem ser visto, nem ter visto, o que vinha ver. Espero que a exposição permaneça o tempo suficiente para que me passe o terrível enjoo de que fui acometido, já que em última análise, nem os palestrantes tiveram culpa do facto, que se ficou talvez a dever, ao excesso de empenho por parte dos apresentadores e do desconhecimento dos princípios  do dito governador.

Ah! Se o orador trouxer o discurso escrito, isso pode constituir uma dupla vantagem:

-Não se perde;
-Os ouvintes sabem quando vai acabar.

Estas observações não são da minha lavra. Já muitos as fizeram, na vã esperança de as verem cumpridas.
Um abraço e paciência.

Jorge C. Chora
14/12/19

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