Há uns anos assisti a uma palestra, na biblioteca Fernando
Piteira Santos, na Amadora. O palestrante era o governador em exercício dos
Rotários, naquele ano. Recordo-me do facto de ter iniciado a sessão, citando três princípios
a que uma comunicação pública deveria obedecer para ter sucesso, atribuindo a
sua paternidade a um amigo ou a alguém de que já não me recordo.
Dizia o governador:
“- Em primeiro lugar, o orador deve estar em local bem
visível;
-Em segundo, o discurso deve ser bem claro;
-Em terceiro, o discurso deve ser breve.”
Tinha toda a razão este comunicador. Os discursos de
abertura de acontecimentos da mais variada índole, matam muitas vezes o próprio
acontecimento que pretendem introduzir. De tal modo isto é assim que, muitas
vezes, entre a introdução e a abertura, metade da assistência desaparece, só
ficando aqueles que, por motivos vários, são obrigados a permanecer. Os que resistem,
ficam de tal modo enjoados que se tornam, com frequência, incapazes de apreciar
o que se segue.
Há bem pouco tempo fui vítima de um desses discursos, tendo-me
retirado sem ser visto, nem ter visto, o que vinha ver. Espero que a exposição
permaneça o tempo suficiente para que me passe o terrível enjoo de que fui
acometido, já que em última análise, nem os palestrantes tiveram culpa do
facto, que se ficou talvez a dever, ao excesso de empenho por parte dos
apresentadores e do desconhecimento dos princípios do dito governador.
Ah! Se o orador trouxer o discurso escrito, isso pode
constituir uma dupla vantagem:
-Não se perde;
-Os ouvintes sabem quando vai acabar.
Estas observações não são da minha lavra. Já muitos as
fizeram, na vã esperança de as verem cumpridas.
Um abraço e paciência.
Jorge C. Chora
14/12/19
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