Jonas era filho de uma empregada doméstica que trabalhava numa casa abastada. Era filho de um dos filhos dos patrões, embora não soubesse ao certo de quem.
Quando Jonas
nasceu, a mãe teve a certeza de que ele não teria dificuldades em singrar na
vida: vinha dotado de um abono de família de alto lá com ele. Ele não saia aos
pais, fosse ele de que “menino” da casa fosse.
Emily, assim
era chamada em casa, embora o verdadeiro nome fosse Emília, era adorada por
todos, não só por ser uma excelente empregada, mas também pelo que já sabem.
A Jonas nada
faltou. Foi educado nas melhoras escolas e foi sempre tratado como alguém da
casa. Emily, convencera cada um dos putativos pais, todos um bocado mais novos
do que ela, de que eles eram, em simultâneo, os três verdadeiros progenitores,
apontando-lhes pormenores identificativos de cada um deles. Jonas teve toda a
vida três pais.
Emily, sem
nunca ter casado, teve sempre três maridos dedicados, pois todos permaneceram
solteiros toda a vida.
Quanto a
Jonas, tornou-se num agrónomo e num vinicultor de renome, pois na grande casa
onde fora estagiar, a filha única dos proprietários, não descansou enquanto não
se casou com ele. Lutou com todas as armas contra as inúmeras rivais que ia
descobrindo, algumas delas altas funcionárias da sua própria empresa.
Entretanto, Emily,
continuava na velha casa onde trabalhara, embora a família estivesse na
bancarrota e vivesse toda à sua custa e do que Jonas lhe enviava todos os
meses. Emily afeiçoara-se aos três maridos e não queria outra vida.
Jonas cuidou
dos três pais, tornou-os representantes dos vinhos das suas empresas, e Emilty
conservou sempre os seus três maridos.
Françoise, a
esposa francesa, achava graça, ter três sogros, uma sogra com três maridos e
ter três filhos do seu mui adorado e abonado Jonas.
Jorge C. Chora
5/03/2022
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