Entre Joana e Ana
nem o diabo
conseguia,
dizer qual a
mais bonita.
Umas vezes
diria ser Joana
para a
seguir dizer Ana.
Alugaram uma
casa
e viviam
juntas.
Amavam-se às
segundas,
às quartas e
sextas,
e deixavam
as terças
e quintas
para se amarem
ainda com
mais delongas.
Após
descobrirem a união,
Ana apareceu
morta a uma segunda
e a Joana na
terça seguinte.
Ninguém as
chorou
ou quis
saber quem as matou,
nada se
passou,
no bairro
respiraram de alívio
e nem os
sinos tocaram.
A vida
continuou no seu
ritmo
habitual:
- Bom dia,
sr. António, como vai…
-Muito bem;
desculpe-me a pressa, mas…
-Está
desculpado, os negócios não esperam…
E o António,
olha apressado o relógio,
não vá o
barbudo que o espera às terças,
já despido e
oleado,
atender outro
freguês!
E por sua
vez, Elisa agradeceu,
porque ia
atrasada,
ansiosa para o encontro,
com a jovem Margarida,
depilada a
seu gosto,
a seu pedido
desta vez,
na casa da
Madame Alvarez.
Jorge C. Chora
18/03/2022
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