Do céu
choveram pétalas,
flores de
laranjeira e jasmim,
misturadas
com centos de rosas,
brancas,
amarelas e carmim.
Misturadas,
caíram folhas imaculadas,
não de
flores, mas de papel, perfumadas,
todas elas
com poemas de amor e paz.
Acorreram os
aldeões, fartos de guerra
e da fome,
àquele maná caído dos céus,
premonitório
do fim das atrocidades
e da
almejada tranquilidade.
E do céu,
quando menos esperavam,
caíram, tal qual gigantescos ovos de avestruz,
dúzias de
bombas que chacinaram todos os
os presentes
ali reunidos.
Nada de pé
ficou.
Uma folha de
papel foi projetada e caiu ao rio.
Um movimento
súbito em direção à folha,
criou a
ilusão de algum sobrevivente:
era um lagarto
medonho que abocanhou a folha e logo a vomitou.
Jorge C. Chora
21/6/2025
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