A DURA VIDA
DA MARIA CORRE-CORRE
NA VILA DA ERICEIRA
Maria
Corre-Corre
anda sempre
na lufa-lufa,
ora para
cima ora para baixo,
sempre sem
parar,
tentando
ganhar a vida,
trabalhando
em tudo o que aparece.
Só mercado
da Ericeira,
encontra refrigério:
repousa os olhos na beleza dos produtos expostos
e restabelece a sua temperatura corporal,
à custa dos arrepios,
provocados, pelos altos preços aí praticados;
escalda-se no inverno, enregela-se no verão.
O preço proibitivo da água na Ericeira,
pobre como é,
obriga-a a utilizar um estratagema para a poupar:
não usa calcinhas e aproveita os ventos locais,
para se refrescar,
e sem intenção ou maldade,
beneficia os menos remediados,
com o cheirinho do fiel amigo,
evitando terem de o comprar
ao preço que ele está!
Jorge C. Chora
9/10/2025
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